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    o impeachment

    Madrugada na Câmara tem plenário esvaziado e maioria pró-impeachment

    MARIANA HAUBERT
    GABRIEL MASCARENHAS
    DE BRASÍLIA

    16/04/2016 06h55

    Mais da metade dos partidos já fez uso da tribuna da Câmara durante as primeiras 22 horas de discussão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

    Apresentaram seus posicionamentos os quadros de PMDB, PT, PSDB, PP, PR, PSD, PSB, DEM, PRB, PTB, PDT, SD, PTN, PCdoB e PSC. A sessão começou às 8h55 de sexta-feira e avançou noite adento.
    O plenário ficou praticamente vazio durante a madrugada de sábado. Por volta das 4h, apenas 22 dos cerca de 513 congressistas da Casa estavam presentes.

    Os parlamentares se revezavam ao microfone, conforme a vez de seus partidos, e na maior parte dos casos discursavam somente para correligionários. Após uma pausa de 15 minutos, uma nova sessão foi reaberta às 5 horas.

    Das 15 siglas que usaram a tribuna até às 6h50 do deste sábado, somente PDT, PCdoB e parte do PTN, além do PT, saíram em defesa do governo.

    O líder da bancada pedetista, Afonso Motta (RS), lembrou que boa parte das legendas hora favoráveis ao impeachment da presidente Dilma fizeram parte de base aliada "até ontem".

    "Eles participavam efetivamente do governo. Só com a ocupação de ministérios? Não. Atuavam diretamente, direcionando as políticas públicas. Dizer agora que não tinham participação é uma falácia. Algo que não cabe dentro do bom debate", disse.

    Contrários à permanência de Dilma no Palácio do Planalto, alguns deputados apelaram a que vão além da acusação de crime de responsabilidade da qual a petista é alvo.

    "O primeiro instrumento para melhorar o nosso país é Jesus, para nos iluminar. O segundo são a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o Supremo Tribunal Federal", afirmou o Mauro Pereira (PMDB-RS).

    O peemedebista se dirigiu também ao MST. "Vocês não são tão machos, tão valentes assim. O povo brasileiro é mais valente do que essa cambadinha que anda roubando e usando o dinheiro público para fazer badernas", completou Pereira.

    Já seu correligionário, deputado Carlos Marun (MS), aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, minimizou a reação do governo na conquista de votos.

    "O tiro de canhão é uma bala de festim. Atrás dessa fumaça não há fogo. Isso é como cabela de freira, muita gente acha que existe mas ninguém vê", disse.

    Wladimir Costa (SDD-PA) criticou os colegas que se dizem indecisos e disse, em seu discurso, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um "ministro clandestino".

    "Quem não comparecer à sessão de domingo pode ser um frequentador assíduo do pseudo-ministério que funciona em um hotel de luxo, e na cadeira desse pseudo-ministério está sentado um ministro clandestino", disse.

    O parlamentar também chamou a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) de "ladra" e o ex-ministro Paulo Bernardo (PT) de "vagabundo da pior espécie".

    "Esta quadrilha, comandada pelo El Papa, de nome Lula, e capitaneada pela capitã-tenente Dilma Rousseff, é pior do que Pablo Escobar Gaviria, El Chapo, Marcola do PCC, Fernandinho Beira-Mar, e até pior do que Al Capone", comparou.

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