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    Por ofensiva, Dilma cancela presença em evento contra impeachment

    GUSTAVO URIBE
    GUSTAVO MACHADO
    DE BRASÍLIA

    16/04/2016 10h03

    Eraldo Peres - 02.dez.2015/Associated Press
    A presidente Dilma Rousseff (PT) passará o dia no Palácio do Alvorada recebendo parlamentares indecisos
    A presidente Dilma Rousseff (PT) passará o dia no Palácio do Alvorada recebendo parlamentares

    Na tentativa de conseguir margem de votos para barrar o impeachment, a presidente Dilma Rousseff cancelou neste sábado (16) presença em acampamento em Brasília de movimentos de esquerda contrários ao afastamento da petista.

    A decisão foi tomada pela presidente em conversa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que avaliou que, na véspera da votação no plenário da Câmara dos Deputados, ela deveria se dedicar integralmente ao corpo a corpo com deputados federais.

    Diante do risco de uma derrota, a petista passará o dia no Palácio do Alvorada recebendo parlamentares indecisos ou com chance de faltarem no domingo (17) na votação em plenário.

    No acampamento, foi lida uma carta enviada pela petista, segundo a qual não compareceu neste sábado (16) porque precisa "dialogar o dia inteiro com parlamentares que se mostram cada vez mais sensíveis a derrotar o impeachment".

    No documento, a petista repetiu trechos do pronunciamento divulgado na sexta-feira (15), no qual ela afirma que não cometeu crime de responsabilidade e que seu nome não está envolvido em denúncia de corrupção.

    "Vamos derrotar o impeachment sem base legal, o verdadeiro golpe contra a democracia. A história levará a voz a de vocês que se pronunciaram nesse grave momento decisivo para o futuro. Na votação do impeachment, não estará em jogo apenas o mandato de uma presidente eleita, mas o respeito às urnas e à vontade soberana do nosso povo", disse.

    A presidente acrescentou ainda que "somente o respeito à ordem democrática pode assegurar a unificação nacional" e afirmou que será possível superar a atual crise econômica.

    O Palácio do Planalto deflagrou uma última ofensiva para tentar barrar o processo de impeachment e conseguiu reverter alguns votos a seu favor.

    Sem garantia segura de vitória, no entanto, a equipe de Dilma Rousseff decidiu antecipar articulação para a etapa mais importante do processo, o julgamento final no Senado Federal, e já busca votos de senadores.

    A gestão petista reconhece que a situação é crítica, mas um assessor presidencial diz que "o jogo ainda não está jogado" e a presidente Dilma "não jogou a toalha".

    Na sexta-feita (15), a presidente conseguiu reverter o voto do vice-presidente da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), aliado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e que havia anteriormente anunciado apoio ao impeachment.

    A mudança ocorreu após a petista ter se reunido com o ex-líder da bancada do partido Dudu da Fonte (PP-PE). Segundo a Folha apurou, o Palácio do Planalto ofereceu ao parlamentar o comando do Ministério da Integração Nacional caso o impeachment seja barrado no domingo (15).

    Com o respaldo do governo federal, ele tem capitaneado estratégia favorável à presidente dentro na bancada do partido, que anunciou na terça-feira (12) apoio ao impeachment.

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