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    Oposição diz que vai à PF para denunciar 'Diário Oficial recheado'

    RUBENS VALENTE
    RANIER BRAGON
    ISABEL FLECK
    LEANDRO COLON
    DE BRASÍLIA

    16/04/2016 13h20

    Rubens Valente/Folhapress
    Mendonça Filho (DEM-PE) anuncia em entrevista no Salão Verde reação da oposição à perda de votos entre ontem e hoje, alegando "desvios de finalidade" do governo. impeachment
    Mendonça Filho (DEM-PE) anuncia reação da oposição à perda de votos entre ontem e hoje

    Líderes da oposição na Câmara afirmaram no início da tarde deste sábado (16) que vão entrar com uma notícia-crime para pedir investigação da Polícia Federal sobre atos tomados pelo governo federal nos últimos dias que, para os oposicionistas, representam "desvios de finalidade" no esforço para impedir a derrota da presidente Dilma Rousseff na votação do pedido de impeachment.

    A oposição reconheceu ter deixado de contar entre "dois a quatro" votos, entre sexta-feira e sábado, de parlamentares que se diziam indecisos mas que "poderiam votar a favor" do impeachment, daí a reação às atividades do Planalto.

    Na entrevista coletiva concedida no Salão Verde da Câmara, os oposicionistas não apresentaram prova das alegações, mas prometeram fazê-lo quando do protocolo da denúncia na PF.

    Segundo a oposição, deverá ser comunicada à PF "a transferência de terras da União ao Estado do Amapá", que teria tido o objetivo de "garantir os oito votos da bancada do Estado", pois haveria seis indecisos e dois contrários, além de uma série de nomeações publicadas no Diário Oficial da União neste sábado. A transferência, segundo a oposição, "foi assinada no Planalto" na sexta-feira, mas não publicada ainda no Diário Oficial.

    Líder do DEM na Câmara, o deputado Pauderney Avelino alegou que o "Diário Oficial está recheado". Segundo ele, a denúncia da oposição será "contra Lula, contra Dilma, contra alguns integrantes e agentes do governo".

    "Estão negociando cargos no governo. A guerra é válida mas dentro dos limites da lei. Não é vale tudo, não queremos o vale tudo", afirmou o deputado do DEM.

    A iniciativa da oposição de procurar a PF, segundo Avelino, "é o contra-golpe". "O governo está tentando dar um golpe fora da Constituição."

    Mendonça Filho (DEM-PE) disse que está havendo "um jogo pesado" e "o mais sórdido e sujo da história da política brasileira".

    Segundo ele, o governo atua fortemente para obter votos favoráveis. Mas o deputado voltou a dizer que a oposição está em situação folgada, "fechou um balanço novo" que indicaria 367 votos favoráveis ao impeachment, 129 contrários e 17 indecisos.

    O DEM alega que não vai procurar a PGR (Procuradoria Geral da República), mas sim a PF porque a Procuradoria estaria "fechada e sem plantonista".

    Abordado pela Folha no plenário da Câmara para falar sobre a denúncia da oposição, Henrique Fontana (PT-RS), um dos vice-líderes da sigla, respondeu: "Eu não vou falar com ninguém por meia hora. Estou muito cansado".

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