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    o impeachment

    Advogado que pediu saída de Temer é evangélico e fã de Bolsonaro e Moro

    ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
    DE NOVA YORK

    17/04/2016 02h00

    Divulgação
    Teólogo Mariel Márley Marra, que pediu impeachment de Michel Temer
    Teólogo Mariel Márley Marra, que pediu impeachment de Michel Temer

    Um ano após pegar o diploma de direito na PUC mineira, o teólogo Mariel Márley Marra, 35, decidiu abrir um processo de impeachment contra o vice-presidente do Brasil, em dezembro de 2015.

    Para ele, Michel Temer (PMDB) tem um bocado em comum com Dilma Rousseff. "São pessoas carecedoras da graça de Deus, pecaram e precisam d'Ele".

    Evangélico, diz que está descrente com a "corrupção espiritual" da classe política brasileira. Por ora, acha que só se salva o deputado Jair Bolsonaro, do Partido Social Cristão. "Vejo com bons olhos sua agenda, se aproxima da minha linha de pensamento, a direita conservadora."

    Também juridicamente, Marra via semelhanças entre Dilma e Temer: ambos teriam cometido crime de responsabilidade. "Só que entrei no site da Câmara, fiz uma breve pesquisa e, até aquele momento, ninguém havia falado em propor o impeachment dele."

    Pedro Ladeira - 09.dez.2015/Folhapress
    GALERIA TRAJETÓRIA MICHEL TEMER - O vice presidente Michel Temer fala com a imprensa ao deixar o gabinete da Vice, no anexo do Palácio do Planalto. Ele deve se encontrar hoje no início da noite com a presidente Dilma Rousseff
    O vice presidente Michel Temer fala com a imprensa ao deixar gabinete no anexo do Palácio do Planalto

    Se a presidente merecia sair, que levasse seu vice junto. Em 19 dias, redigiu um processo introduzido pelo provérbio em latim "fiat justitia, pereat mundus" (faça-se justiça ainda que o mundo pereça).

    No dia 5 de janeiro, em pleno recesso parlamentar, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PDMB-RJ), arquivou a ação contra o vice, colega de partido.

    Marra conta que esperou o "melhor momento" para recorrer da decisão. "É agora", decidiu, quando o PMDB anunciou o "divórcio" com o governo. "Pensei, ué, estão querendo sair pelas portas do fundo sem pagar a conta?"

    Para que a ação não parasse, Marra enviou um mandado de segurança ao STF. Nas mãos do ministro Marco Aurélio Mello desde o dia 5, cita o livro bíblico do "Apocalipse": "E veio um dos sete anjos [...] dizendo-me: 'Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas'".

    Até aqui, atuou em casos locais, como o de uma igreja que queria comprar três ruas para construir um templo. Tem escritório em Belo Horizonte.

    Em seu perfil no Facebook, Marra curte a página "Loja Nerd Cristão", tem foto com máscara do juiz Sergio Moro e diz estar "combatendo a corrupção maior, que é a corrupção espiritual do Evangelho".

    Não só em Brasília: já levou à Marcha para Jesus em Minas o protesto "O $how Tem que Parar". "Aquela marcha pode ser tudo, menos de Jesus."

    Sua iniciação política foi a pique: ajudou na tentativa de criar o Partido Social da Família Brasileira, que não saiu do papel.

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