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    o impeachment

    Temer tira de Dilma votos no PP e PMDB e deixa Planalto pessimista

    GUSTAVO URIBE
    MARIANA HAUBERT
    MARINA DIAS
    VALDO CRUZ
    AGUIRRE TALENTO
    DE BRASÍLIA

    17/04/2016 11h56

    Alan Marques-2.mar.2016/Folhapress
    BRASÍLIA, DF, BRASIL 02.03.2016. A presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer participam da assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta entre a União, os estados de Minas Gerais e do Espírito Santo e a Samarco Mineradora S/A(FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
    A presidente Dilma Rousseff e o vice Michel Temer em evento em Brasília

    Em articulações madrugada adentro, o vice-presidente Michel Temer conseguiu virar o voto de parlamentares do PP e do PMDB horas antes da votação do impeachment no plenário da Câmara dos Deputados, o que instaurou um clima de pessimismo na equipe da presidente Dilma Rousseff.

    Considerado até este sábado (16) como voto certo contra o impeachment, o deputado federal Dudu da Fonte (PP-PE) foi convencido por aliados do vice-presidente a abandonar o Planalto e apoiar o afastamento da petista.

    Com a oferta do governo de assumir o Ministério da Integração Nacional caso o impeachment fosse barrado, ele vinha até sábado capitaneando estratégia favorável à presidente dentro na bancada do partido.

    "Nós estamos juntos a favor do impeachment", disse Fonte à Folha.

    Além dele, segundo relatos de parlamentares do partido, o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), aliado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também estaria reconsiderando apoiar a petista.

    A promessa feita ao governo era que os dois trariam pelo menos mais quatro votos no PP, além do deles, contra a saída da presidente.

    No PMDB, o vice-presidente conseguiu o apoio de dois parlamentares que se consideravam indecisos: o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Mauro Lopes (MG), e José Priante (PA).

    Para o último, a vitória do impeachment "está garantida". Nas contas do grupo de Temer, Dilma deve ter cerca de oito votos no partido, incluindo a abstenção do deputado federal Aníbal Gomes (CE).

    TRAIÇÕES

    Com as mudanças de última hora, o Planalto já reconhece contar com menos 172 votos para a votação deste domingo.

    Em reunião na noite de sábado, o número fechado era de 170 votos. Com o revés, a ordem agora é tentar aumentar o número de ausências e abstenções ainda neste domingo.

    No Palácio da Alvorada, a presidente passou a manhã em telefonemas para parlamentares da base aliada, sobretudo do PMDB. Ela tem contado com a ajuda dos ministros Marcelo Castro (Saúde) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia).

    A equipe da petista admite que tem havido "traições" por parte da família do ex-presidente José Sarney, do presidente do PR, Alfredo Nascimento, e de governadores, como Robson Faria (PSD), do Rio Grande do Norte.

    Informados sobre a mudança de posição de Dudu da Fonte, auxiliares da presidente reconheceram que a margem para uma nova reação ficou pequena.

    O Planalto resolveu então intensificar o "varejo", em busca de dissidentes, horas antes da votação, mas reconhece que a instabilidade aumento e o cenário é "muito difícil".

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