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    o impeachment

    Parlamentares se dizem ansiosos pouco antes da votação na Câmara

    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    17/04/2016 14h08

    Pedro Ladeira - 16.jul.2015/Folhapress
    O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
    O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha

    A manhã que precedeu o início da votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff foi tomada por ansiedade e negociações em busca de garantir votos tanto a favor da petista quanto contra ela nos corredores da Câmara dos Deputados.

    Parlamentares, principalmente da oposição, começaram a chegar à Casa por volta das 8h. Muitos relatavam estar tão ansiosos que não conseguiam dormir ou descansar antes da votação. "Eu acordei sozinho de madrugada e não consegui mais dormir. Muitos colegas estão assim também", contou Ricardo Izar (PP-SP).

    As lideranças do DEM e do PTB organizaram fartos cafés da manhã nos gabinetes para atender a parlamentares e funcionários. Segundo os deputados, um almoço também seria servido. Como existem apenas dois acessos liberados ao Congresso neste domingo, os parlamentares optaram por chegar cedo e não correr o risco de sair e não conseguir voltar.

    Pela primeira vez desde que o processo de impeachment começou a ser analisado pela Câmara, detectores de metal foram instalados em todos os acessos ao plenário e às dependências da Casa e se tornou obrigatório até mesmo para pessoas credenciadas. Apenas os deputados e seus familiares devidamente identificados podem passar por fora.

    Sem nenhuma sessão em andamento durante a manhã, os deputados se aglomeraram no Salão Verde para conversar com a imprensa de todo o país. "O jogo está liquidado", afirmou Paulinho da Força (SDD-SP), um dos principais articuladores do impedimento da petista.

    Já o deputado Wadih Damous (PT-SP) afirmou que há expectativas de que o governo consiga liquidar a questão e reconheceu a possibilidade de judicialização do processo após a votação.

    A guerra de versões sobre quantos votos cada lado angariou nas últimas horas marcou a manhã dos deputados que já estavam na Câmara. O líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), afirmou que o governo garantiu cerca de 200 deputados entre os que irão votar contra o impeachment e os que irão se abster.

    Já o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM) afirmou que o governo faz uma "cortina de fumaça" e disse que a oposição tem cerca de 370 votos pela saída de Dilma Rousseff da presidência.

    O deputado Caio Nárcio (PSDB-MG) circulou pelo Salão Verde enrolado em uma bandeira do Brasil cantarolando paródias como "já vem chegando a hora, o dia já vem raiando, meu bem, e a Dilma já vai embora". Ao encontrar com outros oposicionistas, o coro era engrossado.

    Grande parte dos deputados chegou à Câmara acompanhado de familiares que querem acompanhar o que chamam de "dia histórico". Eles não podem ficar junto aos deputados no plenário. Por isso, recebem uma credencial especial e são encaminhados para uma sala com um telão.

    Placar do impeachment

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