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    o impeachment

    Clima de Copa e 'domingo no parque' tomam conta da avenida Paulista

    EMILIO SANT'ANNA
    DE SÃO PAULO

    17/04/2016 18h41

    Sol, paquera e política. O ato na avenida Paulista, onde se reuniram neste domingo os apoiadores do impeachment da presidente Dilma, está sendo marcado por descontração e clima de "domingo no parque".

    Ambulantes tomaram as calçadas vendendo água e cerveja. entre os cinco carros de som que se postaram na via, a avenida virou um desfile verde e amarelo.

    Antes da votação na Câmara começar, os artistas de rua disputavam a atenção com os movimentos pela saída da presidente.

    Na esquina da rua Augusta, um miniculto evangélico reunia cerca de 50 pessoas. Entre elas, Mirna Santos, 27, que segurava um cartaz com a letra S. Ao lado dos colegas, formava a palavra "Jesus".

    Quando a votação começou, os telões viraram o centro das atenções. No caminhão do MBL, as pessoas fizeram silêncio para ouvir o pronunciamento do presidente da câmara, Eduardo Cunha.

    Fardado como revolucionário de 1932, William Mascarenhas, 67, interrompeu a sessão de selfies para prestar atenção no deputado. A poucos metros, Patrick Hicmann se preparava para gritar. Assim que o primeiro voto foi dado, favorável ao impeachment, comemorou com o resto da avenida.

    A cada deputado que lia seu voto a reação era a mesma, um clima de Copa do Mundo, uma espécie de grito de gol. A euforia só era revertida quando começaram a surgir os votos contrários. Em pouco tempo formou-se um ritmo marcado na Paulista: gritos e euforia interrompidos de quando em quando pelos votos contrários, seguidos de vaias.

    Assim que um novo parlamentar aparece no telão, muitos deles desconhecidos do público, os manifestantes fazem uma espécie de avaliação. "Pela cor da gravata, vermelha, esse é contra. Safado!", disse um deles, antes da votação –que era a favor.

    Emilio Santana/Folhapress
    A publicitária Evelyn refinado, 25, que passava pela av. Paulista durante os atos pró-impeachment
    A publicitária Evelyn Reginato, 25, que passava pela av. Paulista durante os atos pró-impeachment

    PAQUERA

    Em meio à euforia ainda havia quem arrumasse ânimo para paquerar. Desavisada sobre o ato deste domingo, a publicitária Evelyn Reginato, 25, procurava a esquina com a Pamplona. Ia visitar uma amiga. Ao passar do lado do caminhão do MBL, em frente à reportagem, "entortou o pescoço" de um grupo de camisetas amarelas.

    "Fui paquerada? Nem percebi", disse ela, que apoia o impeachment e já participou de outra manifestação. "Não vi mesmo, mas acho que tá cheio de gente interessante ", disse.

    RIO

    No Rio, o clima também é de futebol. Quando algum parlamentar sobe à tribuna e inicia um discurso que não deixa clara sua posição, começam as vaias. A cada voto a favor, os manifestantes comemoram e gritam "fora PT!".

    Veja vídeo

    Colaboraram GIBA BERGAMIN JR., de São Paulo, e LUCAS VETTORAZZO, do Rio

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