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    o impeachment

    Clima entre apoiadores do governo em Brasília, SP e Rio já é de derrota

    DE SÃO PAULO
    DE BRASÍLIA
    DO RIO

    17/04/2016 19h24

    Rogério Pagnan/Folhapress
    Fim de festaGaris começam os trabalhos de limpeza do gramado no Vale do Anhangabaú, após debandada dos apoiadores do governo Dilma
    Garis limpam gramado no vale do Anhangabaú, após debandada de governistas, por volta das 21h

    No vale do Anhangabaú, onde se reúnem os manifestantes contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff em São Paulo, o clima já é de derrota. Nem os poucos votos favoráveis à presidente têm feito as pessoas reagirem com mais do que uma discreta comemoração. Na pequena área destinada às lideranças atrás do carro de som, alguns começam a ir embora.

    A organização do evento, por volta das 19h45, já trabalhava com a hipótese de não realizar o show do músico Chico César. Diversas vezes a transmissão da votação na Câmara foi interrompida para dar recados de caravanas que já se organizavam para deixar o local. Os que ainda resistem esperam uma virada com votos da Bahia. "Igual a 2014", disse Zilah Ramalho, 63, em referência às eleições presidenciais.

    Rogerio Pagnan/Folhapress
    Manifestantes começam a deixar o vale do Anhangabaú
    Manifestantes começam a deixar o Vale do Anhangabaú

    Leandro Vieira Alves, 34, servidor do Tribunal de Justiça, chegou por volta das 13h. Tinha convicção da derrota, mas certa esperança nos votos do Nordeste. Com o desenrolar da votação, a esperança acabou.

    "Vim preparado para a derrota. Eu tenho bastante críticas a este governo, principalmente o segundo governo Dilma. Ainda assim, sou contra o impeachment. Não acredito que as pessoas e grupos envolvidos tenham o interesse de ajudar as pessoas. Pra mim, são bandidos", disse.

    Leandro resolveu ir embora mais cedo, temendo algum tipo de violência após o resultado. Até por isso, preferiu uma cor neutra de camiseta pra participar da manifestação neste domingo, um cinza claro.

    A professora Paula Deppa Banchetti, 38, que participa com a família do ato, disse estar inconformada com os discursos dos deputados que votaram pela saída da presidente Dilma Rousseff. Para ela, seus votos apelaram para as famílias deles.

    "Achei muito egocêntricos. Como deputados, eles deveriam representar o povo, não o seu próprio umbigo. Eu não tenho nada a ver com família deles, eu estou do lado do povo. Estamos, sim, passando por uma crise, mas eu estudei e sei que o passado foi muito pior do que é hoje. Uma crise política acontece, mas o impeachment requer um crime. Cadê o crime?", disse.

    Leandro Colon/Folhapress
    Deputados pró-impeachment permanecem em pé, enquanto a posição desanima e senta no Plenário
    Deputados pró-impeachment permanecem em pé, enquanto a posição desanima e senta no Plenário

    Em Brasília, após a conta de deputados que apoiam o impeachment passar de 100 votos, manifestantes governistas começaram a deixar a Esplanada dos Ministérios. A maioria, no entanto, ainda permanece no local.

    "É muito previsível se o deputado vai votar 'sim' ou 'não'. Se começa a falar em família, é 'sim'", diz Renata Agostinho, 44, que acompanha a votação em um bar com amigos contra o impeachment.

    "Fico surpreso quando eles falam 'fora a corrupção'. Eles falam isso de frente para a corrupção, na frente do Eduardo Cunha", reclama o jornalista Júlio Araújo, que assiste à votação em um bar em Brasília.

    Johanna Nublat/Folhapress
    "Fico surpreso quando eles falam 'fora a corrupção'. Eles falam isso de frente para a corrupção, na frente do Eduardo Cunha", reclama o jornalista Júlio Araújo, que assiste à votação em um bar em Brasília.
    Pessoas assistem à votação em um bar em Brasília

    No cafezinho do Plenário, pouco antes das 19h, o clima entre os petistas já era de desânimo total. Parte deles já admite que a vitória é quase impossível.

    No Rio, manifestantes pró-governo ainda têm esperanças. A Lapa segue cheia –sem estimativa de público. Sempre que algum deputado vota "não" a reação é de euforia. Quando votam "sim", as vaias e xingamentos são grandes.

    Ítalo Nogueira/Folhapress
    Manifestantes em cima dos arcos da Lapa, no Rio
    Manifestantes em cima dos arcos da Lapa, no Rio
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