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    o impeachment

    Antes do fim da votação, aliado de Dilma já reconhece derrota do governo

    DE BRASÍLIA

    17/04/2016 20h29

    O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), ponta de lança da articulação do Planalto contra o impeachment de Dilma Rousseff, reconheceu a derrota do governo às 20h15 deste domingo (17), quando o placar do plenário da Câmara contabilizava 210 a 59 votos pelo andamento do processo.

    Segundo Silva, o Planalto foi vítima do "efeito manada", quando parlamentares votam seguindo a maioria, e de traições por parte de deputados do PP, PR e PMDB, que haviam feito acordo com o governo.

    "A essa altura da votação, nossa projeção indica que a oposição vencerá. Foi efeito manada, além de partidos que nos traíram. Foi uma derrota dupla", afirmou o deputado do PC do B.

    Ele afirmou ainda que agora confia no Senado para "reverter o resultado", já que a Casa será responsável por julgar o mérito do impeachment de Dilma.

    "Confio que o diálogo feito no Senado pode reverter esse resultado. Os senadores terão responsabilidade. Vai julgar o mérito, juridicamente", concluiu.

    CALCULADORA

    Quando os votos a favor do impeachment já somavam mais de 180 e os deputados do Estado de São Paulo falavam seus votos, o clima entre os deputados governistas era de apreensão. Silvio Costa (PTdoB-PE) fazia e refazia as contas dos votos contra o afastamento na calculadora do celular.

    "Eu só boto 12 em São Paulo, tive a informação que vai sair 14", disse Costa à Folha, tentando mostrar otimismo. Foram 13 favoráveis a Dilma no fim no Estado.

    "Tamo ganhando porra, segura a onda aí", afirmou antes Costa a um deputado. "Tem gente me procurando, que não é o seu caso, querendo me trair", disse a outro.

    O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), que momentos antes disse que não falaria com a reportagem antes do resultado, afirmou após conversar com Costa: "até agora a gente ganha, pelo que está aí".

    No mesmo momento, com cerca de 183 deputados a favor do impeachment e 46 contra, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) disse que ainda era preciso "aguardar um pouco mais". "Ninguém está comemorando mas ninguém está desesperado ainda."

    "Temos um mapa cumulativo de votação Estado por Estado. Tivemos três ou quatro surpresas negativas, que nós imaginávamos que votariam contra o impeachment e votaram a favor", disse. "Mas estávamos preparados para essa evolução com ajustes."

    Segundo ele, há parlamentares que querem votar contra "apesar da orientação partidária". "Mas ele não vai se arriscar se ficar consagrado que o voto dele não vai impedir a maioria pró-impeachment. Agora se tiver a possibilidade de impedir, isso muda completamente."

    (MARINA DIAS, ISABEL FLECK, DÉBORA ÁLVARES, RANIER BRAGON, MARIANA HAUBERT, RUBENS VALENTE)

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