Após seu discurso e voto no plenário, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) cuspiu no deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) na noite deste domingo (17). Questionado sobre o episódio, Wyllys disse ter sido insultado por Bolsonaro.

"Eu ouvi o insulto e devolvi com um cuspe na cara dele, porque ele merece. Eu cuspiria na cara dele quantas vezes eu quisesse", disse o deputado do PSOL, sem querer falar qual teria sido o insulto proferido por Bolsonaro.

Quem é quem

"Em toda a votação não interferi no voto de ninguém, não fui insultar ninguém e esse canalha decidiu me insultar e tentou agarrar meu braço na saída –ele ou alguém que estivesse perto dele", completou.

"Jean tentou cuspir no meu pai porque ele estava falando 'tchau, querida, tchau, querida'. Eles é que têm o discurso do ódio. Eles falaram na tribuna de [Carlos] Marighela, quando meu pai falou de Coronel Ustra. Eles tiram a calcinha pela cabeça. A democracia só vale quando é a favor deles", criticou Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), filho de Bolsonaro.

Depois da confusão, o filho de Bolsonaro tentou pegar Wyllys pelo braço, mas não conseguiu e também tentou cuspir no colega de Congresso.

"Ele não gostou. Ali tinha gente falando certas coisas, no calor aí do que acontece. Ele virou pra minha cara –nunca gostou de mim– encheu a boca e cuspiu", disse Jair Bolsonaro, afirmando que uma parte do cuspe pegou em seu terno e outra no deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS).

Questionado se não teme enfrentar processo disciplinar pela atitude, Wyllys falou que não. "Processo tem que enfrentar quem é machista, quem promove a violência, quem defende a memória do [coronel Carlos Alberto] Brilhante Ustra, um torturador. Isso deveria escandalizar vocês, não o cuspe na cara de um canalha."

Bolsonaro disse que o seu voto não agradou Wyllys, já que ele homenageou Ustra, segundo ele "um herói brasileiro que a Dilma diz que foi torturador". O deputado disse que vai pensar se entra com uma representação contra o colega.