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    o impeachment

    Oposição comemora vitória com aprovação de impeachment na Câmara

    DE BRASÍLIA

    17/04/2016 23h13

    Assim que o placar da Câmara dos Deputados marcou o 342º voto a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, a oposição comemorou efusivamente o resultado no plenário da Casa. O voto decisivo foi do deputado de Pernambuco, Bruno Araújo (PSDB). Ele já foi líder do PSDB na Câmara. Quando faltavam apenas dez votos para o resultado, os deputados começaram a fazer uma contagem regressiva a cada parlamentar que era chamado ao microfone.

    "Com muita honra o destino me reservou de poder da minha voz sair o grito de esperança de milhões de brasileiros. Pernambuco nunca faltou ao Brasil", declarou o tucano ao votar pelo impeachment.

    Antes de Araújo votar, os parlamentares ao seu redor gritaram "eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor".

    Autor do relatório do pedido de impeachment de Dilma na comissão especial, que disse se ver como um "herói" quando o parecer foi aprovado no colegiado, Jovair Arantes (PTB-GO) já comemorava vitória e recebia parabéns pelo plenário quando o placar contra o governo atingiu 100 votos. Na avaliação do deputado, a vitória contra o governo já nessa altura seria por ampla vantagem.

    "Além da qualidade do relatório, esse resultado se deve à irresponsabilidade, arrogância, prepotência. Foi isso que propiciou", disse.

    Miro Teixeira (Rede-RJ) se disse surpreso quanto à distância no placar. "Já são mais de 2/3 de votos pró-impeachment", avaliou quando o painel do plenário apontava 126 votos a favor do afastamento de Dilma.

    Participando do segundo processo de impeachment de sua carreira de deputado, Miro disse que, dessa vez, há uma maior "qualidade do delito". Segundo ele há um acirramento nos discursos agora, quando se compara com o processo de impedimento do ex-presidente Fernando Collor.

    "Hoje em dia tem as redes sociais que tomam à frente. Na época era rua pura", disse.

    Quem também fez essa avaliação foi outro decano, o deputado Rubens Bueno (PPS-PR). Ele ponderou, contudo, que na época de Collor,a polarização era menor, já que o ex-presidente não contava sequer com apoio de seu partido.

    "Não tinha partido, não tinha rede social. Ele se isolou. Hoje tem mais corrupção e com o apoio do PT e dos movimentos sociais, que são aparelho do PT, existe esse clima de divisão na sociedade".

    Para Paulinho da Força (SDD-SP), um dos principais entusiastas do impeachment, o resultado da votação foi uma "vitória do povo que não aguenta mais corrupção, desemprego e recessão". "Agora é reconstruir o Brasil. Quem derrubou tem obrigação de ajudar a reconstruir", disse.

    O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), que acompanhou a votação no plenário, afirmou que "o Congresso, com todos os seus defeitos, nunca faltou ao povo brasileiro na hora H e hoje não foi diferente". "Agora, o PSDB quer um diálogo absolutamente institucional com Michel Temer e não deseja que o OMDB faça conosco o que o PT fez com o próprio PMDB", disse.

    Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, acompanhou a votação do meio do plenário e anotou voto a voto, fazendo as contas dos apoios do governo. Seu partido fechou questão contra o impeachment de Dilma.
    Ele confiava que o placar poderia virar quando as contas chegassem aos estados do Nordeste e Norte e disse que o resultado ruim nos primeiros estados "já era esperado".

    Placar do impeachment na Câmara

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