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    o impeachment

    Temer diz que vai 'silenciosamente' esperar decisão do Senado sobre Dilma

    THAIS ARBEX
    PAULA REVERBEL
    DE SÃO PAULO

    19/04/2016 10h59

    Pedro Kirilos/Ag. O Globo
    O vice-presidente Michel Temer fala a jornalistas em frente a sua casa em São Paulo
    O vice-presidente Michel Temer fala a jornalistas em frente a sua casa em São Paulo

    O vice-presidente Michel Temer afirmou na manhã desta terça-feira (19) que "muito silenciosa e respeitosamente" vai "aguardar a decisão do Senado Federal" sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

    "O Senado Federal é que dá a última palavra sobre essa matéria. Portanto, seria inadequado que eu dissesse qualquer coisa antes da solução acertada pelo Senado Federal", disse Temer aos jornalistas em frente à sua casa, no Alto de Pinheiros, em São Paulo.

    Questionado se já estaria montando seu ministério para o futuro governo, o vice-presidente limitou-se a dizer: "Não estou".

    Nesta segunda (18), Temer se reuniu com conselheiros para traçar uma estratégia de defesa à ofensiva governista. Um dos principais auxiliares do vice, o ex-ministro Moreira Franco, chegou ao escritório de Temer, no bairro do Itaim Bibi, acompanhado de Thomas Traumann, que foi porta-voz e ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social) de Dilma.

    A avaliação do entorno do vice-presidente é que, a partir de agora, o governo insistirá, cada vez mais, "na vitimização" da presidente e que Temer não deve deixar de dar respostas.

    A Folha apurou que, na avaliação do auxiliares de Temer, Traumann poderia "ajudar a calibrar o discurso" do vice-presidente, baseado na proximidade que teve com Dilma até recentemente. A presidente, avaliam os auxiliares da presidente, estaria partindo para uma separação "litigiosa".

    ALEXANDRE DE MORAES

    O secretário de Segurança de São Paulo, Alexandre de Moraes, tomou um café na casa do vice-presidente na manhã desta terça.

    Ele negou que o tema da conversa foi sua ida à um ministério em um eventual governo Temer. "Vim conversar, principalmente por essa situação atual dele aqui, se estava necessitando de alguma coisa em relação à Segurança da área, até porque ele está como vice, mas já aguardando a possibilidade de assumir a Presidência", disse.

    O secretário, que é advogado constitucionalista, disse ainda que pretende permanecer na Secretaria de Segurança de São Paulo enquanto contar com a confiança do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

    DISCURSO DE DILMA

    A presidente Dilma afirmou, em sua primeira declaração pública desde a derrota na Câmara dos Deputados, que teve os "sonhos e direitos torturados", se sentiu "indignada" e "injustiçada" com a aprovação do impeachment. Em sua fala, ela acusou o vice-presidente Michel Temer de trair e conspirar abertamente contra ela.

    "É inusitado, é estranho, é estarrecedor que um vice-presidente no exercício de seu mandato conspire contra a presidente abertamente. Em nenhuma democracia do mundo uma pessoa que fizesse isso seria respeitada, porque a sociedade não gosta de traidor. Por que não? Porque cada um de nós sabe a injustiça e a dor que se sente quando se vê a traição no ato", afirmou a petista.

    TRÂMITE DO IMPEACHMENT

    Aprovado pela Câmara no domingo, o processo de impeachment de Dilma foi entregue ao Senado nesta segunda. O documento tem 36 volumes e 12.044 páginas.

    O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que presidiu a sessão de domingo, foi pessoalmente ao gabinete do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para formalizar a entrega.

    Avalizado o andamento do impeachment pela Câmara, caberá agora ao Senado decidir pela abertura do processo e posterior julgamento da presidente. Segundo Renan, o processo será lido nesta terça na sessão deliberativa do plenário.

    PRÓXIMOS PASSOS DO IMPEACHMENT NO SENADO

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