Em um comportamento pouco usual na Presidência da República, Dilma Rousseff desceu nesta terça-feira (19) a rampa do Palácio do Planalto pela primeira vez fora de um compromisso oficial desde que assumiu o cargo em 2011.

A petista foi ao encontro de cerca de 400 mulheres que faziam protesto em seu apoio na frente da sede administração da Presidência da República. A intenção da manifestação foi fazer um "abraçaço" em solidariedade à presidente.

A decisão foi tomada pela própria presidente e causou apreensão entre seus seguranças pessoais.

Ela permaneceu por cerca de vinte minutos cumprimentando e fazendo fotos com manifestantes, acompanhada pela ministra Eleonora Menicucci (Mulheres) e pela presidente da Caixa Econômica Federal, Miriam Belchior.

"Sobe e desce, a rampa é sua", gritaram as manifestantes.

Com flores na mão e visivelmente emocionada, a petista que enfrenta um processo de impeachment no Congresso Nacional desabafou entusiasmada ao subir de volta a rampa.

"Havia muita mulher, né?", disse. "Estou de alma lavada", completou.

Antes de descer a rampa, a petista recebeu um grupo de mulheres e disse mais uma vez ser vítima de um processo "sem base legal" e que "não tem fundamento".

"Quem pretende me substituir não recebeu 54 milhões de votos e está tentando fazer uma eleição indireta travestida de impeachment", criticou.

Em 2011, a petista desceu a rampa para acompanhar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando ele deixou o Palácio do Planalto.

Ela já havia também descido em visita oficial de chefe de estado como uma manifestação de cortesia.

A descida da rampa, fora de cerimônia oficial, não é considerada uma quebra de protocolo. O caminho é inclusive uma saída de emergência em caso de incêndio ou tumulto.