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    o impeachment

    Dilma diz que lutará em todas as trincheiras contra o impeachment

    DE BRASÍLIA

    20/04/2016 21h58

    A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (20) que lutará "em todas as trincheiras" possíveis para impedir o impeachment de seu mandato no Senado Federal.

    Em entrevista a blogs de esquerda, que teve trechos disponibilizados pelo governo federal, a petista chamou o impeachment de "eleição indireta transvestida", disse que tem sido "condenada injustamente" e acusou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de ter conduzido o processo com "desvio de poder".

    "Lutarei em todas as trincheiras que eu puder para derrotar esse golpe, onde for necessário eu vou", disse. "Uma coisa é respeitar, outra coisa é saber que o rito foi inteiramente permeado de cerceamento à defesa e desvio de poder por parte de quem o conduzia", disse.

    Na última segunda-feira (18), a presidente sinalizou que, caso sofra uma derrota no Senado Federal, a AGU (Advocacia-Geral da União) poderá questionar o mérito do pedido de impeachment junto ao STF (Supremo Tribunal Federal).

    Em nota, nesta quarta-feira (20), o chefe de Gabinete da Presidência da República, Jaques Wagner, afirmou que a presidente é uma mulher "honesta" e que não cometeu nenhum crime.

    Segundo ele, o processo de impeachment é um "golpe dissimulado" e é "artificial" e "falso".

    O ministro também disse que a presidente vai a Nova York nesta quinta-feira (21) para falar sobre o Acordo de Paris, mas que não deixará de se manifestar sobre o impeachment quando perguntada.

    "Ela será perguntada sobre o momento político atual e não poderá deixar de manifestar sua indignação com o golpe que se está construindo no Brasil", disse.

    Em estratégia para obter apoio internacional contra o impeachment, a presidente Dilma Rousseff pretende reforçar nos Estados Unidos a tese de que o pedido de afastamento dela do cargo é um "golpe de Estado".

    Segundo assessores, durante sua passagem por Nova York, onde chega nesta quinta-feira (21) à noite, a presidente não deixará de "denunciar" que a abertura do processo de impeachment contra ela foi aprovado sem haver um crime de responsabilidade caracterizado.

    A presidente até pode incluir referências sobre o caso no discurso que fará na cerimônia de assinatura do Acordo de Paris, na sede da ONU (Organização das Nações Unidas), mas não será o tema central.

    Um assessor presidencial disse à Folha que ela não fará um "discurso panfletário" na ONU, focando sua fala no tema da mudança climática, mas deve fazer citações "elegantes" e "sutis" a respeito do processo de impedimento que tramita contra ela no Congresso Nacional.

    Próximos passos do impeachment no Senado

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