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    o impeachment

    Fiesp não revela gasto com campanha a favor do impeachment de Dilma

    WÁLTER NUNES
    DE SÃO PAULO

    21/04/2016 02h00

    Financiada em parte com recursos públicos, a Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) mantém sob segredo os custos da campanha "Chega de pagar o pato", símbolo do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

    O enorme pato amarelo, de 12 metros de altura, está instalado em frente ao prédio da entidade na avenida Paulista. A campanha foi veiculada nos principais veículos de imprensa, incluindo a Folha.

    Nos últimos dias a reportagem questionou a entidade sobre os valores empregados nessas campanhas, mas não obteve resposta.

    Em 2015, a Fiesp recebeu R$ 15,6 milhões de Contribuição Sindical Patronal, segundo o Ministério do Trabalho.

    O valor é pago uma vez por ano por toda empresa à federação à qual é filiada.

    A agência responsável pela criação é a carioca Prole, que tem entre seus sócios o publicitário Renato Pereira, responsável pelas últimas campanhas do PMDB ao governo e à prefeitura do Rio.

    O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, também peemedebista, concorreu ao governo de São Paulo em 2014, o que deve se repetir em 2018.

    A Prole atende também ao Sesi-SP (Serviço Social da Indústria) e ao Senai-SP (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) de São Paulo, entidades ligadas à Fiesp.

    Sesi e Senai são fiscalizados pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O orçamento da Fiesp vem das contribuições dos sindicatos das indústrias e não passa por análise do tribunal.

    O professor de direito administrativo da USP Gustavo Justino de Oliveira diz que, apesar de a Fiesp não ser enquadrada na mesma categoria do Sesi e do Senai, tem que se ser transparente.

    "A Fiesp é mantida por meio do pagamento da Contribuição Sindical Patronal. Aplica-se o mesmo raciocínio a ela, uma vez que ela é beneficiário de recursos oriundos da cobrança de tributo."

    OUTRO LADO

    A Fiesp disse à Folha que "não há recursos do Sesi e do Senai gastos em quaisquer das campanhas publicitárias mencionadas (pato e impeachment)".

    A federação acrescentou que a "prestação de contas se dá nos termos da legislação, aos órgãos de controle internos e aos seus filiados e passa por auditorias internas e externas".

    A Fiesp afirma que fechou parceria com a Prole com a justificativa de que "tem por decisão contratar a vencedora do mesmo processo de seleção (do Sesi e Senai)".

    Antes da Prole, a agência que fazia a propaganda da Fiesp, Sesi e Senai era a Black Ninja, do publicitário Duda Mendonça.

    A Prole disse em nota enviada à Folha que "participou de processo licitatório juntamente com diversas outras agências, em condições idênticas de competição".

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