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    o impeachment

    'Se Temer aceitar propostas, PSDB deve participar de governo', diz Serra

    LEANDRO COLON
    MARIANA HAUBERT
    DÉBORA ÁLVARES
    DE BRASÍLIA

    25/04/2016 18h47

    O senador José Serra (PSDB-SP) afirmou nesta segunda-feira (25) que seu partido tem de participar de eventual gestão do vice Michel Temer (PMDB) na Presidência caso o peemedebista aceite as propostas dos tucanos para um novo governo.

    O PSDB discute se deve ou não ocupar cargos num possível governo de Temer se a abertura do processo impeachment da presidente Dilma Rousseff for confirmado nas próximas semanas pelo Senado. O nome de Serra é cotado para ocupar um ministério, conforme informou a colunista da Folha Mônica Bergamo.

    "O que o PSDB deve fazer, na minha opinião, é apresentar os pontos mínimos ao vice-presidente Temer do que ele [partido] ache que sejam importantes que sejam levados a cabo. O PSDB deve apresentar suas propostas em relação a um novo governo. Se o Michel Temer aceitar, deve sim participar do governo, uma vez que as coisas que o partido considera importantes serão atendidas por ele [Temer]", afirmou Serra, a jornalistas no Senado.

    Serra refutou a tese de alguns tucanos de que um membro do partido deve se licenciar do PSDB se aceitar um cargo no governo Temer.

    "É uma posição sem sentido. O PSDB apoiou a votação do impeachment da presidente Dilma. É natural que, havendo o impeachment, deverá assumir o vice-presidente Michel Temer. Nós não podemos deixá-lo ao relento", afirmou.

    "Nós temos responsabilidade para com o Brasil. Se ele [Temer] assumir a presidência, temos o dever de ajudar que o governo dê certo, não pelo interesse político-eleitoral, mas em funções dos interesses do povo brasileiro, que está sofrendo a maior crise de sua história", ressaltou o tucano.

    Serra negou que tenha recebido qualquer convite de Temer para ser ministro –seu nome é cogitado para as pastas da Educação, Saúde ou Fazenda.

    "Não tenho na cabeça a história de ministério ou não. É um assunto que vai ser posto mais adiante", disse. "Tenho preferência por não falar do assunto até que algo aconteça", frisou o tucano.

    AÉCIO

    O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), foi mais cauteloso nesta segunda sobre o mesmo tema. O senador mineiro afirmou que o vice-presidente terá "o direito" de convidar quem ele quiser para integrar o seu eventual governo, mas reiterou que qualquer designação não será feita em nome da legenda.

    "Quem monta o governo é o presidente. O nosso apoio independe de qualquer membro do partido participar do governo. Estamos fazendo o que não é muito comum na política brasileira. Não condicionamos a nossa participação à ocupação de cargos", disse.

    Aécio afirmou que o partido definirá um conjunto de oito a dez medidas que serão entregues oficialmente à Temer como uma agenda a ser defendida por seu governo.

    "Queremos o compromisso com essa agenda que passa pela preservação das investigações da Lava Jato, da reforma do Estado, uma reforma política corajosa, restabelecer a cláusula de barreira para que não tenhamos esse conjunto excessivo de partidos que, na verdade, impedem as negociações de temas mais importantes e relevantes para o país. Vamos falar de temas delicados na nossa proposta", explicou.

    "Se o vice, no momento em que assumir e esse momento ainda não chegou, chamar algum membro do PSDB, obviamente terá o direito de fazer isso. Mas isso não altera a nossa posição o que pode alterá-la é o não compromisso com essa agenda", completou.

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