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    Ministro promete adiantar recursos à PF para evitar 'chantagens políticas'

    GABRIEL MASCARENHAS
    DE BRASÍLIA

    26/04/2016 21h07

    Diego Padgurschi/Folhapress
    ***EXCLUSIVO*** BRASILIA, DF, BRASIL - 18-03-2016: Entrevista exclusiva com o novo Ministro da Justica Eugenio Aragao no gabinete do ministro. (Diego Padgurschi /Folhapress - PODER) ***EXCLUSIVO***
    O ministro da Justiça, Eugênio Aragão durante entrevista em seu gabinete

    O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, prometeu adiantar à Polícia Federal todos os recursos previstos no orçamento deste ano para evitar que haja interferências políticas na Operação Lava Jato após o eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff.

    Integrante da base aliada vêm acusando os adversários da petista de planejarem um esvaziamento das investigações, se chegarem ao comando do Executivo federal.

    Em entrevista, após um evento no CNJ (Conselho Nacional de Justiça), na tarde desta terça-feira (26), em Brasília, Aragão disse que o governo vai liberar o dinheiro até 11 de maio, data em que o Senado deve deliberar sobre o pedido de impedimento da petista.

    "A Polícia Federal não ficará à mercê de eventuais chantagens políticas. A PF fará o que tiver que fazer. Também queremos, até essa data, concluir negociações de campanhas salariais de policiais federais e rodoviários federais", anunciou Aragão.

    Embora não tenha dado detalhes, ele afirmou ainda estar estudando outras medidas –por meio de decretos, medidas provisórias e portarias– com o mesmo objetivo.

    Sem citar nomes, o ministro acusou o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), de liderar o projeto para derrubar Dilma e criticou a escolha do tucano Antonio Anastasia (MG) como relator da comissão especial que vai analisar o impeachment no Senado.

    Aragão argumentou que o peemedebista não possui legitimidade nem votos para chegar à principal cadeira do Palácio do Planalto e impor eventuais medidas de ajuste econômico que venham a afetar a população.

    "Estão colocando no lugar de uma presidenta eleita por 54 milhões de brasileiros uma pessoa que, pelos diagnósticos, não teria sequer 1% dos votos [...], querendo impor aos trabalhadores brasileiros e pessoas mais carentes duras provações", atacou.

    Para o titular da Justiça, a discussão sobre o afastamento da presidente da República parece um "jogo de cartas marcadas" no Congresso, sobretudo após a confirmação de Anastasia na relatoria do colegiado especial.

    "Quando há um relator que, ele mesmo, praticou as chamadas pedaladas quando era governador de Minas, julgando as notícias de pedaladas atribuídas à presidenta, fica muito complicado fazer avaliação de um processo desse", comparou.

    Ele classificou Anastasia como "suspeito" por, segundo o ministro, ter se utilizado de manobras fiscais semelhantes à que Dilma é acusada no período em que o tucano comandava o governo mineiro.

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