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    Alunos ocupam o prédio do Centro Paula Souza, no centro de SP

    MARTHA ALVES
    DE SÃO PAULO
    SANDRA CAPOMACCIO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    29/04/2016 06h56

    Martha Alves/Folhapress
    Alunos ocupam desde às 20h de quinta (28) o prédio do Centro Paula Souza, em São Paulo
    Alunos ocupam desde às 20h de quinta (28) o prédio do Centro Paula Souza, na região central de SP

    Do lado de fora, portão trancado com corrente de bicicleta e cadeado de senha e faixas penduradas com frases "não vai ter corte" e "não é pela merenda! secundaristas unidos".

    Dentro, estudantes enrolados em cobertores para se proteger do frio de 13ºC da madrugada desta sexta-feira (29). Assim amanheceu o prédio do Centro Paula Souza, na região central de São Paulo.

    Desde as 20h de quinta (28), um grupo de estudantes da rede estadual de ensino e escolas técnicas de São Paulo ocupa ao menos dois andares do edifício localizado na rua dos Andradas em protesto pela falta de repasses para a educação e falta de merenda nas escolas.

    Policiais militares, que acompanham à distância a ocupação, disseram que ao menos 80 estudantes estão no local. O trânsito na rua dos Andradas foi interditado pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) entre as ruas Aurora e dos Timbiras.

    Os estudantes disseram que a ocupação "não foi programada" e ocorreu de forma "espontânea" após uma assembleia, por volta das 18h. Segundo eles, as escolas da rede enfrentam diversos problemas, desde a falta de laboratórios para os cursos técnicos até a ausência de pias nos banheiros.

    Outra reclamação dos adolescentes é relacionada à falta ou à precariedade da merenda escolar. "As bolachas são despejadas em um caixa de papelão para serem servidas no lanche", disse um dos adolescentes.

    Mesmo sabendo da ocupação, um funcionário da limpeza chegou para trabalhar pouco antes das 6h, mas foi impedido pelos manifestantes. Do lado de dentro, funcionários do plantão da noite argumentavam que só poderiam deixar o local se eles permitissem a entrada do homem.

    Os manifestantes disseram para os funcionários que a resposta só séria possível depois de uma assembleia para decidir os rumos da ocupação, nesta manhã.

    ALBA BRANCA

    Deflagrada em janeiro, a operação Alba Branca investiga dois contratos da Coaf, cooperativa suspeita de fraudes, e a Secretaria da Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB), para fornecimento de suco de laranja para as refeições de escolas públicas, no valor de R$ 11,4 milhões.

    Alckmin nomeou, na semana passada, para a função de coordenador do Arquivo Público do Estado o ex-chefe de gabinete da Secretaria da Educação que é um dos investigados no caso, Fernando Padula.

    Em grampos feitos pela Polícia Civil de Bebedouro, cidade no interior do Estado, em dezembro do ano passado, Padula é citado pelos funcionários da Coaf como "nosso amigo" -as escutas apontam que ele seria o contato do grupo dentro da Educação.

    Padula é filiado ao PSDB. Em nota, o governo defendeu sua nomeação para a chefia do Arquivo Público afirmando que, em apuração da Corregedoria do Estado, nada ficou provado contra ele.

    Outro político investigado no caso é o presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez (PSDB), que nega envolvimento.

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