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    CNI quer evitar extinção de pasta da indústria e comércio exterior

    EDUARDO CUCOLO
    DE BRASÍLIA

    29/04/2016 19h04

    A CNI (Confederação Nacional da Indústria) é contra a proposta de extinção do MDIC (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) em um eventual governo Michel Temer e defenderá junto ao vice manter a separação entre a área comercial e a diplomática.

    Segundo reportagem da Folha desta quinta-feira (28), o vice-presidente fez uma oferta ao senador José Serra (PSDB-SP) para integrar sua futura equipe: o Ministério de Relações Exteriores, assumindo atribuições da área de comércio exterior hoje com o MDIC.

    As outras áreas que estão hoje sob o comando desse ministério (Desenvolvimento e Indústria) serão absorvidas pelo Ministério do Planejamento, que deve ser comandado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR).

    O diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi, afirmou à Folha que a separação entre a área diplomática e a equipe de comércio exterior, utilizada hoje no Brasil, é uma estratégia de países como EUA, China, Japão, Índia e Rússia, por exemplo.

    Essa é uma forma de garantir, por exemplo, que outros países não utilizem questões políticas para obter vantagens comerciais. Além disso, a carreira de comércio exterior tem atribuições distintas da diplomática.

    "É um ministério que hoje tem uma equipe técnica muito boa, conduzindo negociações. E o nosso modelo é utilizado por todos os grandes países", afirmou.

    Abijaodi disse que a entidade avalia como positiva a presença de Serra à frente de qualquer ministério e que a sua indicação para o Itamaraty ou para o próprio MDIC já seria uma forma de fortalecer estas pastas.

    A entidade mantém conversas com o senador e também com pessoas próximas ao vice.

    Para a CNI, uma alternativa para cortar o número de ministérios seria fundir o MDIC com a pasta de Ciência e Tecnologia.

    O atual ministro do MDIC, Armando Monteiro, afirmou à Folha ter restrições a qualquer proposta que retire o setor industrial do centro das prioridades de um governo.

    "Seria estranho imaginar um modelo em que não tivesse um ministério voltado para a indústria. Acho que qualquer eventual mudança precisa ser feita com muito cuidado para que não termine por desprestigiar uma série de coisas que foram construídas ao longo do tempo", afirmou.

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