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    Lava Jato

    Teori envia a Moro citações de Delcídio de propinas em governo FHC

    MÁRCIO FALCÃO
    AGUIRRE TALENTO
    DE BRASÍLIA

    02/05/2016 15h30

    Eduardo Anizelli - 25.abr.2016/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL, 25-04-2016, 15h15: Entrevista exclusiva para a Folha com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), na sede do Instituto FHC, em Sao Paulo. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress, PODER) EXCLUSIVO***
    O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, durante entrevista para a Folha

    O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki decidiu enviar para o juiz Sergio Moro as citações feitas pelo senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) em sua colaboração premiada sobre o pagamento de propina por um projeto da Petrobras no governo Fernando Henrique Cardoso, referente à compra de máquinas da Alstom.

    O senador levantou aos investigadores a suspeita de que a compra de máquinas da empresa Alstom envolveu possível pagamento de propina na Petrobras, entre os anos de 1999 e 2001.

    Em sua decisão, Teori afirmou que as declarações de Delcídio neste caso "não revelam envolvimento direto de pessoa com prerrogativa de foro", que só podem ser investigadas com aval do STF.

    O ministro afirmou ainda que cabe a Moro avaliar se é de sua competência ou não tratar do caso.

    Segundo a delação de Delcídio, entre os anos de 1999 e 2001 foi implementado programa voltado a conter problema de racionamento de energia elétrica e que, antes desse programa governamental, já havia sido adquirida a máquina 'GT24', da empresa Alstom, para atendimento das necessidades da Refinaria Landulfo Alves.

    Ele ressaltou que essa máquina apresentou defeitos em outros países que a haviam adquirido.

    Delcídio contou que a empresa OAS possuía interesse na compra do equipamento, o que lhe foi relatado por Carlos Laranjeira, à época diretor daquela empresa.

    Na ocasião, segundo o senador, Carlos Laranjeira teria falado, inclusive, que entre US$ 9 e US$ 10 milhões de dólares americanos haviam sido separados para pagamentos de propina, possivelmente para políticos ligados ao PFL [atual DEM] do Estado da Bahia.

    Segundo a Procuradoria-Geral da República, "nessa direção, faz-se necessário averiguar até que ponto as declarações do colaborador encontram eco nas evidências angariadas no Caso Lava Jato" .

    Em sua delação, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró relatou aos procuradores, na fase de negociação de sua delação premiada, que Delcídio recebeu suborno de US$ 10 milhões da multinacional Alstom durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), entre 1999 e 2001. À época, ele ocupava a diretoria de Óleo e Gás da Petrobras, e Cerveró era um de seus gerentes.

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