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    Campanha salarial pode 'repercutir' em apuração sobre PT, dizem policiais

    GABRIEL MASCARENHAS
    DE BRASÍLIA

    02/05/2016 17h00

    Em campanha salarial, a Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais) afirmou em nota oficial que a eventual resistência do governo em atender os pleitos da entidade pode gerar impactos nas investigações de corrupção relacionadas a lideranças do PT, partido da presidente Dilma Rousseff.

    O comunicado, emitido nesta segunda-feira (2), diz que, se a decisão do Executivo federal descontentar os policiais federais, "analistas da PF" preveem "uma onda de revolta da categoria em relação ao PT, o que poderá repercutir até nas investigações de corrupção envolvendo lideranças do partido".

    O texto não especifica quem são os especialistas responsáveis pela previsão. A Federação também relaciona o comportamento do governo diante das reivindicações com as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em agosto.

    "Um resultado desfavorável [à Fenapef] poderá levar os policiais federais a manifestações nacionais, com pedido de apoio à população, bem como estabelecerá um ambiente de descontentamento tão grande que poderá comprometer a segurança dos Jogos Olímpicos", adianta o texto.

    Luís Antônio Boudens, presidente da entidade, que representa policiais das mais variadas funções (delegados, agentes, escrivães e papiloscopistas), convocou 27 sindicatos filiados para irem à Brasília nesta segunda. Representantes da categoria vão se reunir com o ministro da Justiça, Eugênio Aragão, às 17 horas.

    "Os policiais federais vão exercer forte pressão nesta fase final das negociações", resume a Fenapef, na nota.

    Em outro trecho, a entidade sustenta a importância de que o Executivo não venha a conceder benefícios apenas a uma parte dos policiais. Acrescenta que uma minoria de delegados se dispõe a atacar diretamente o governo, "usando como intimidação a [Operação] Lava Jato e a opinião pública" e faz um alerta importante.

    "Privilegiar os delegados agora seria indicativo de que o governo sofre da Síndrome de Estocolmo –simpatia por quem lhe impõe vexação pública", diz o comunicado.

    Os policiais federais pleiteiam correção salarial, concurso público único para ingresso na corporação e mais autonomia. Luís Antônio Boudens acrescentou ainda que levará a Eugênio Aragão pedidos de alteração no regimento da PF, recém-elaborado.

    Sobre os trechos que relacionam o sucesso da campanha sindical à forma de atuação da PF em investigações e nos Jogos Olímpicos, o presidente da entidade afirmou que iria se informar sobre o conteúdo da nota oficial com os responsáveis pelo texto e entraria em contato.

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