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    PGR pede investigação de Eduardo Paes em inquérito contra Aécio Neves

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    04/05/2016 11h52

    Mauro Pimentel - 17.mar.2016/Folhapress
    Eduardo Paes (PMDB), prefeito do Rio de Janeiro
    Eduardo Paes (PMDB), prefeito do Rio de Janeiro

    A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu que o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), seja investigado no inquérito contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) sobre a maquiagem de dados do Banco Rural para esconder o mensalão mineiro.

    A solicitação foi feita junto ao pedido de abertura de inquérito contra Aécio e o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), com base na delação do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS).

    Além desse possível inquérito sobre o Banco Rural, Aécio também foi alvo de um pedido de investigação sob suspeita de recebimento de propina de Furnas, neste caso sem outros políticos com foro privilegiado.

    Em sua delação, Delcídio afirmou que Paes, à época secretário-geral do PSDB, foi um dos emissários de Aécio na maquiagem dos dados do Banco Rural.

    Os dados do banco seriam enviados à CPI dos Correios, que investigava o mensalão e na qual Delcídio foi presidente. "Ficou sabendo que os dados eram maquiados porque isso lhe fora relatado por Eduardo Paes e o próprio Aécio Neves", disse o senador ex-petista, em depoimento à Procuradoria Geral da República.

    OUTRO LADO

    Em nota, o prefeito Eduardo Paes informou que "está à disposição da Justiça para prestar esclarecimentos sobre o episódio".

    A nota diz que "em nenhum momento o então governador Aécio Neves solicitou qualquer tipo de benefício nas investigações da CPI dos Correios. O prefeito reafirma que, como deputado, teve muito orgulho em ter sido sub-relator geral da CPI dos Correios que desvendou o esquema do mensalão".

    Em nota, o senador Aécio informou que as menções ao caso do Banco Rural são "improcedentes, caluniosas e sem qualquer tipo de comprovação na realidade".

    Aécio disse que uma certidão fornecida pela Secretaria Geral da Mesa do Senado comprova que não existe requerimento que solicite aumento de prazo para apresentação de informações pelo Banco Rural. Sustentou ainda que o relatório final "foi feito com base em dados fornecidos também pelo Banco Central", e não apenas do Banco Rural.

    Já o deputado Carlos Sampaio divulgou nota afirmando que foi à PGR nesta quarta-feira (4) apresentar esclarecimentos e documentações sobre o assunto. O deputado disse que a PGR, diante dos esclarecimentos, pediu que o Supremo devolvesse o procedimento de investigação antes da instauração do inquérito para uma nova análise. Procurada, porém, a PGR negou a informação e disse que as informações serão analisadas, mas não houve nenhum pedido de devolução do pedido de inquérito.

    Sampaio disse esperar que a acusação de Delcídio não foi feita por vingança e que "a maior demonstração" de sua isenção foi que pediu indiciamento, por eventual prática de crime eleitoral, do presidente nacional do PSDB, Eduardo Azeredo.

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