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    Lava Jato

    PF indicia ex-senador por suposta propina para livrar empresários de CPI

    DE CURITIBA

    04/05/2016 16h24 Erramos: esse conteúdo foi alterado

    Geraldo Bubniak/AGB/Folhapress
    Ex-senador Gim Argello (PTB), preso na 28ª fase da Operação Lava Jato, no IML de Curitiba (PR) para exame de corpo de delito
    Ex-senador Gim Argello (PTB), preso na 28ª fase da Operação Lava Jato, no IML de Curitiba (PR) para exame de corpo de delito

    A Polícia Federal de Curitiba pediu o indiciamento do ex-senador Gim Argello (PTB-DF), no âmbito das investigações da Lava Jato. O ex-parlamentar é suspeito de ter exigido o pagamento de propinas de empreiteiras em troca de não convocar representantes dessas empresas para depor em comissões no Congresso.

    Argello foi indiciado por quatro atos de corrupção passiva. Ele está preso desde o no dia 12 de abril, quando foi deflagrada a 28ª fase da operação, chamada de Vitória de Pirro.

    Também foram presos na ocasião dois assessores do ex-senador e levados a depor o filho dele, Jorge Argello Junior, três executivos da OAS e um funcionário da empreiteira.

    A pedido da PF, o ex-senador foi transferido nesta quarta-feira (3) para o CMP (Complexo Médico Penal), em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

    O ex-senador era o vice-presidente da CPI da Petrobras no Senado, que funcionou em 2014, e era próximo da presidente Dilma Rousseff.

    Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia e um dos delatores da Lava Jato, disse em seu depoimento que Argello atuou na comissão para blindar construtoras e que ele próprio teria pago R$ 5 milhões a aliados do ex-parlamentar.

    Segundo investigadores da Lava Jato, o ex-senador indicou, ainda, a conta de uma igreja, a paróquia de São Pedro, em Taguatinga, no Distrito Federal para receber R$ 350 mil de propina da OAS.

    A reportagem não conseguiu contato com o advogado de Argello, Marcelo Luiz Ávila de Bessa.

    'GIM TÔNICA'

    Além de Pessoa, outro empreiteiro também acusa Argello de cobrar propina em troca de não ser convocado na CPI.

    Em depoimento à PF no final de abril, um dos sócios da empreiteira Engevix José Antunes Sobrinho afirmou que em junho de 2014 foi chamado por Julio Camargo, por telefone, dizendo que deveria ir a Brasília "tomar uma gim tônica" –expressão para se referir ao ex-senador.

    Ainda segundo Antunes Sobrinho, Julio Camargo lhe disse que "estava sendo muito pressionado por Gim Argello para que contatasse os demais empreiteiros a fim de que conversassem com ele, Gim, e tratassem para que não fossem chamados na CPI da Petrobras".

    O encontro ocorreu no mês de julho, segundo Antunes, e Argello teria lhe pedido R$ 5 milhões em nome da Engevix, em troca de não ser chamado a depor na CPI.

    Ainda conforme o empreiteiro, "o tom utilizado por Gim Argello foi como se fosse um grande favor que estava oferecendo" a ele.

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