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    PF pede documentos a ministério em nova fase da Operação Acrônimo

    GABRIEL MASCARENHAS
    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    05/05/2016 13h18 Erramos: esse conteúdo foi alterado

    Alan Marques - 2.mar.2016/Folhapress
    O governador Fernando Pimentel (PT) durante encontro sobre tragédia em Mariana (MG)
    O governador Fernando Pimentel (PT) durante encontro sobre tragédia em Mariana (MG)

    A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na sede da Odebrecht em Brasília, em mais uma fase da Operação Acrônimo, que tem como principal alvo o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT).

    A ação, deflagrada na manhã desta quinta-feira, também mirou no Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Os agentes entregaram uma intimação para que a pasta forneça documentos úteis à investigação.

    Além disso, duas pessoas foram conduzidas a depor. A Folha apurou que uma dessas conduções coercitivas ocorreu na Odebrecht. Ninguém foi preso.

    Os nomes dos investigados e o conteúdo da documentação solicitada ao ministério não foram divulgados, uma vez que a operação está sob segredo de Justiça, por determinação do ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Herman Benjamin, relator do caso na corte.

    A ação nova fase da operação ocorre no momento em que um dos principais alvos da Acrônimo, o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, está em fase final de negociação para firmar um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.

    Preso desde o mês passado, ele é apontado como o operador do governador de Minas.

    A Operação Acrônimo foi deflagrada em 2015 e apura irregularidades no financiamento e na prestação de contas da campanha de Fernando Pimentel, que foi indiciado pela PF sob suspeita de corrupção passiva, tráfico de influência, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

    Em outras frente, investiga suspeitas de favorecimento a empresas com empréstimos do BNDES, subordinado ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, pasta que foi comandada pelo governador.

    Na semana passada (28), Pimentel nomeou sua mulher Carolina de Oliveira Pimentel como secretária de Trabalho e Desenvolvimento Social. A medida, na prática, garante foro privilegiado a ela, que também é investigada na Operação Acrônimo.

    A investigação começou após a PF encontrar R$ 6 mil em dinheiro com um integrante da campanha do governador petista, durante a corrida eleitoral. Ele foi surpreendido no aeroporto de Brasília, dentro do avião que havia partido de Minas para a capital.

    Bené também estava no voo e, a partir de então, passou a ser monitorado pela Polícia Federal.

    OUTRO LADO

    Procurada, a Odebrecht confirmou as buscas na sede de Brasília e afirmou que está à disposição das autoridades responsáveis pela Acrônimo.

    O Ministério do Desenvolvimento informou, por meio de nota oficial, que irá cumprir a determinação da PF e entregar os documentos requeridos no prazo estabelecido.

    Advogado de Pimentel, Eugênio Pacelli afirma que há graves irregularidades na investigação. Acrescenta que não vê qualquer elemento suficiente para o oferecimento de denúncia e que o Ministério Público já se posicionou contrário ao indiciamento.

    A Folha não conseguiu contato com os representantes de Bené.

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