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    o impeachment

    Após afastamento de Cunha, siglas já articulam nova eleição na Câmara

    DE BRASÍLIA

    06/05/2016 02h00

    Gabriela Korossy - 26.fev.2015/Câmara dos Deputados
    BRASILIA, DF, Data: 26-02-2015 - Reunião para fixação de uma data-base única e específica para o poder legislativo; uniformização das funções de diretor geral e de procuradoria dos legislativos em âmbito nacional; novas tecnologias para os legislativos para fins de modernização. Dep. Waldir Maranhao (PP-MA). Credito:Gabriela Korossy / Camara dos Deputados ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Deputado Waldir Maranhão (PP-MA)

    Um dos alvos das investigações da Lava Jato, o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), assumiu a vaga de Eduardo Cunha logo pela manhã, mas a sua permanência no cargo é incerta.

    Os principais partidos de oposição (PSDB, DEM, PPS e PSB) divulgaram nota exigindo novas eleições, apesar de o entendimento da área técnica da Casa defender que o afastamento não gera a chamada "vacância do cargo", necessária para a realização de um novo pleito.

    Os parlamentares mais ligados a Cunha e as siglas do chamado "centrão" (PP, PR, PTB, PSD, PRB e nanicos) começaram o dia também defendendo novas eleições.

    Paulo Pereira da Silva (SD-SP) chegou a levar ao vice-presidente Michel Temer (PMDB) a proposta de emplacar Rogério Rosso (PSD-DF), presidente da comissão do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara, em mandato tampão até janeiro de 2017.

    Após a decisão do plenário do Supremo Tribunal Federal, porém, essas siglas do "centrão" recuaram e passaram a defender a permanência de Maranhão. Nos bastidores, deputados afirmaram ter recebido sinais do deputado de que agirá em consonância com seus interesses.

    O PT defende a permanência de Maranhão até que a Câmara julgue o processo de cassação de Cunha aberto em novembro no Conselho de Ética. A expectativa é a de que o colegiado vote o caso no início de junho. O plenário dará a palavra final. Se Cunha for cassado, novas eleições são realizadas em até cinco sessões.

    "Nós elegemos o Maranhão, novas eleições estão descartadas, temos que cumprir o regimento", afirmou Beto Mansur (PRB-SP), primeiro-secretário da Mesa.

    "É preciso nesse momento alguém de estatura para comandar a Casa", rebateu Pauderney Avelino (AM), líder do DEM. Nos bastidores, alguns afirmam que Maranhão é frágil política e administrativamente. "Essa proposta da oposição é um novo golpe. Eles querem emplacar alguém aliado a Cunha", afirmou o líder do PT, Afonso Florence (BA).

    TCHAU, QUERIDO

    O primeiro ato de Maranhão à frente da Câmara foi subir à mesa do plenário e, sem explicações, encerrar a sessão que acontecia pela manhã. Em protesto, deputados prosseguiram com uma sessão informal, mesmo com os microfones e o sistema de som desligado, com discursos em voz alta contra Cunha. Alguns portavam uma placa "tchau, querido", em alusão ao bordão "tchau, querida" que adversários de Dilma usaram durante a votação do impeachment.

    Ele seguiu para o gabinete da presidência da Câmara e ocupou a mesa até então de Cunha. Maranhão disse apenas que pretende "cumprir a Constituição". A deputados afirmou que tem o objetivo de implantar uma pauta positiva.

    (RANIER BRAGON, RUBENS VALENTE, DÉBORA ÁLVARES, MARIANA HAUBERT E LEANDRO COLON)

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