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    o impeachment

    Dilma diz que Temer está 'usurpando o poder' e é 'cúmplice do golpe'

    MARINA DIAS
    EDUARDO CUCOLO
    DE BRASÍLIA

    06/05/2016 11h29

    Alan Marques/Folhapress
    Brasilia,DF,Brasil 06.05.2016 A presidente Dilma Rousseff conversa com a presidente da Caixa Miriam Belchior. Foto: Alan Marques/Folhapress cod 0619
    A presidente Dilma Rousseff e a presidente da Caixa Miriam Belchior, durante anúncio do Minha Casa

    A presidente Dilma Rousseff voltou a afirmar nesta sexta-feira (6) que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) está "usurpando o poder" e é "cúmplice" do processo de impeachment contra seu mandato, classificado por ela como "golpe".

    Segundo Dilma, seu impeachment é "violento" porque teve como condutor o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afastado do mandato e do cargo nesta quinta-feira (5) pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

    "Não vamos nos iludir. Todos aqueles que são beneficiários desse processo, como por exemplo os que estão usurpando o poder, infelizmente o vice-presidente da República, são cúmplices de um processo extremamente grave", disse Dilma em discurso de quase meia hora no Palácio do Planalto.

    A presidente afirmou ainda que Cunha é uma pessoa "destituída de princípios morais e éticos" e afirmou que o peemedebista fez "chantagem explícita" com seu governo antes de aceitar o pedido de impeachment.

    "O meu processo é tão violento porque foi necessária uma pessoa destituída de princípios morais e éticos, acusado de lavagem de dinheiro, de ter contas no exterior, para perpetrar o golpe", declarou a presidente.

    "Ontem [quinta-feira], o Supremo disse que o senhor Eduardo Cunha era uma pessoa que usava de 'práticas condenáveis', e uma das práticas mais condenáveis foi a chantagem explícita feita pelo Eduardo Cunha com o meu governo", completou a presidente.

    À época em que aceitou o pedido de impeachment contra Dilma, Cunha tentava conseguir que os três deputados do PT no Conselho de Ética da Câmara votassem a favor dele no colegiado, mas o comando petista orientou que os parlamentares ficassem contra Cunha. Em seguida, o peemedebista acatou o processo de impeachment, que foi aprovado na Câmara no domingo (17).

    Dilma afirmou que "o pecado original" não pode "ficar escondido" e que é "muito incômoda" porque foi eleita e não cometeu "nenhum crime".

    A presidente rechaçou mais uma vez a hipótese de renunciar ao cargo e disse que "resistirá até o último dia".

    "Se eu renuncio, enterro a prova viva de um golpe absolutamente sem base legal e que tem por objetivo ferir interesses e conquistas dos últimos 13 anos", disse. "Tenho disposição de resistir e resistirei até o último dia", completou.

    Dilma participou nesta manhã de uma cerimônia no Planalto para a assinatura da contratação de 25 mil unidades do Minha Casa, Minha Vida, número menor que o previsto pelo governo.

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