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    Após críticas, Temer recua do recuo sobre corte de ministérios

    DANIELA LIMA
    DÉBORA ÁLVARES
    DE BRASÍLIA

    09/05/2016 02h00

    Pedro Ladeira - 11.abr.2016/Folhapress
    #multimidia - BRASILIA, DF, BRASIL, 11-04-2016, 17h00: O vice presidente MIchel Temer fala com a imprensa para explicar sobre o vazamento de um áudio no qual ele fala sobre o cenário político pós impeachment. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    O vice-presidente Michel Temer (PMDB)

    O vice-presidente Michel Temer (PMDB) comunicou a seus aliados que vai retomar o plano de promover um corte substancial na máquina do governo e, com isso, reduzir no primeiro escalão o leque das barganhas políticas de sua eventual base aliada.

    Ter uma estrutura mais enxuta era plano original de Temer, que foi abandonando a ideia à medida que dirigentes partidários apresentaram pleitos para ocupar cargos por apoio no Congresso.

    O recuo foi criticado até por aliados, que acusavam Temer de repetir os mesmos erros de Dilma Rousseff. O vice sentiu o peso da reprovação pública à negociação de espaços.

    Ele recebeu uma série de especialistas em comunicação e pesquisas que mostraram a reprovação do chamado "toma lá dá cá" e apontaram ampla expectativas de enxugamento da máquina.

    Quem esteve com o peemedebista diz que ele demonstrou preocupação em "desapontar a sociedade" por não implementar "o que esperam dele".
    Temer começou a esboçar desconforto com as negociações já na sexta (6), como mostrou a coluna "Painel", da Folha. Depois, decidiu passar a maior parte do fim de semana em São Paulo, onde só recebeu aliados mais próximos.

    À noite, voltou a Brasília e discutiu o novo formato do ministério com a cúpula de sua articulação política e com Henrique Meirelles, que deve ser o ministro da Fazenda

    Há, no entanto, um receio de que a retomada dos planos abale a tentativa de Temer de construir uma base ampla na Câmara, o que inviabilizaria a aprovação de projetos, e até mude alguns votos no Senado, que deve apreciar o afastamento de Dilma nesta quarta (11).

    Dilma tem 32 ministérios. Temer havia pensado primeiro em algo em torno de 20, depois disse que não conseguiria cortar a menos do que 26.

    O vice já começou a informar dirigentes de partidos aliados sobre seus planos. Para convencer o PSDB a ter menos espaços, o próprio Temer foi no domingo (8) à noite, segundo aliados, se encontrar com o presidente do partido, Aécio Neves (PSDB-MG).

    Aécio é apontado como padrinho de duas indicações: Tasso Jereissatti (PSDB-CE) para Desenvolvimento e Bruno Araújo (PSDB-PE) para Cidades. Temer tem em sua cota pessoal mais dois tucanos: o senador José

    Serra, que deve ir para o Itamaraty, e o secretário da Segurança de SP, Alexandre de Moraes, para a pasta da Justiça.

    O vice também já falou com o presidente do PPS, Roberto Freire (SP), que era dado como nome certo para o Ministério da Cultura. Temer afirmou que não pretende mais manter a pasta e que deve fazer uma fusão com outro ministério, provavelmente a Educação. Além disso, o vice anunciou ter desistido de entregar a Ciência e Tecnologia ao PRB.

    Ele voltou a pensar em um modelo no qual a pasta seja incorporada a outra. O presidente da sigla, o bispo licenciado da Igreja Universal Marcos Pereira, era o nome para a pasta, o que causou críticas na comunidade científica.

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