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    Deputados articulam eleição direta para a vaga de Eduardo Cunha

    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    10/05/2016 23h04

    Eduardo Anizelli/Folhapress
    Waldir Maranhão, presidente interino da Câmara, deixa gabinete da vice-presidência e segue para reunião da Mesa Diretora, em Brasília
    Waldir Maranhão (PP-MA), presidente interino da Câmara

    Em meio à certeza de que Waldir Maranhão (PP-MA) não continuará no comando da Câmara, deputados de alguns partidos começaram nesta terça-feira (10) a articular a realização de eleição direta para a presidência da Câmara –e não para a vaga de Maranhão, o que poderia resultar em nova eleições em algumas semanas.

    Maranhão, que é o primeiro-vice-presidente da Câmara, exerce interinamente a presidência da Casa devido ao afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pelo Supremo Tribunal Federal.

    Enfraquecido politicamente após a fracassada tentativa de barrar o impeachment de Dilma Rousseff, o deputado do PP avalia renunciar ao seu cargo ou se licenciar.

    Nesse caso, qualquer um que o substitua também deixará o comando da Câmara na eventualidade de Cunha renunciar à presidência ou ter o mandato cassado, o que pode acontecer em junho.

    Por isso, algumas legendas, o DEM à frente, querem realizar uma eleição para a presidência da Câmara, e não para a uma eventual vacância da vice.

    Para isso, é preciso que Cunha renuncie ou que seja declarado o seu afastamento definitivo do cargo pelo plenário ou pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara – possibilidade vista com reservas pela área técnica da Casa pela falta de amparo claro no regimento.

    A medida também esbarra na resistência do PP, partido de Maranhão, que quer manter alguém do partido na vice-presidência da Câmara –e, pelo consequente afastamento de Cunha, no comando da Casa.

    Se a tese de afastamento definitivo de Cunha vingar, Maranhão poderia até continuar como vice.

    Deputados ouvidos pela Folha afirmam que Cunha participa dessas negociações e que elas envolveriam a salvação do seu mandato no Conselho de Ética, com o apoio do DEM. Seria aprovada uma punição branda, como suspensão, não a cassação.

    Deputados do DEM ouvidos pela Folha nesta terça, porém, negaram participação em qualquer tipo de entendimento com Cunha nesse sentido.

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