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    o impeachment

    'Financial Times' diz que Temer tem aparência gótica e vida pessoal picante

    DE SÃO PAULO

    12/05/2016 01h20

    Bruno Poletti - 20.mar.2015/Folhapress
    MArcela e Michel Temer - Festa de Aniversario da Senadora Marta Suplicy. *** ****
    Marcela e Michel Temer em festa da senadora Marta Suplicy, em São Paulo

    Respeitado advogado constitucionalista, experiente político de bastidor, de aparência ligeiramente gótica e dono de uma vida privada picante.

    É assim que o jornal britânico "Financial Times" definiu, em perfil publicado nesta quarta-feira (11), o vice-presidente Michel Temer.

    "Se, como esperado, Temer assumir a presidência nesta semana, ele terá que usar desse charme para colocar um país ferido pela recessão e dividido pelo ódio político de pé novamente", escreveu a publicação.

    A previsão lembrou uma entrevista que a mulher do vice, Marcela, deu à revista "TPM", em que disse que achou o peemedebista "charmosão" desde o primeiro encontro. "É como se ele tivesse 30 [anos]", disse Marcela. Temer, 75, é 43 anos mais velho que a mulher.

    O "FT" inicia o texto, publicado no dia em que o Senado vota o afastamento da presidente Dilma Rousseff, lembrando que Temer, há poucos meses, descartou o risco de a petista sofrer um processo de impeachment.

    Depois de definir o histórico do político –professor de Direito durante a ditadura militar, eleito três vezes presidente da Câmara e presidente do PMDB, um "frouxo agrupamento de políticos propensos ao clientelismo"–, a publicação diz que ele se manteve "low-profile" quando o processo de impeachment foi aberto, no ano passado.

    "Como beneficiário do movimento, ele não queria ser visto como ganancioso pelo poder. Mas cometeu gafes", diz o "FT", citando, por exemplo, o áudio em que Temer ensaiava uma fala como se o impeachment já tivesse sido aprovado –e que vazou antes da votação do processo na Câmara.

    O texto destaca, além do casamento com Marcela, outras passagens da vida particular do peemedebista: diz que foi casado três vezes e apelidado por um rival (o baiano Antônio Carlos Magalhães, morto em 2007) de "mordomo de filme de terror".

    O jornal lembra que as diferenças entre Dilma e Temer se acentuaram com a carta em que ele reclamou de ser "um vice decorativo" e com as posições econômicas de cada um, explicitadas no programa criado por ele e pelo PMDB, batizado de "Ponte para o Futuro" –definido pelo "FT" como liberal e com impactos a elementos "sagrados à esquerda", como a previdência.

    "Se não tivermos surpresas de última hora, o advogado constitucionalista e especialista em bastidores políticos vai assumir a tarefa de resgatar a maior economia da América Latina de uma profunda recessão e restaurar a fé pública na classe política, afetada pelo escândalo de corrupção na Petrobras", afirma o jornal.

    O "FT" lembra, porém, que Temer não deve ser presidente por muito tempo, citando sua promessa de não concorrer à reeleição e menções feitas a ele por investigados na Lava Jato –"ainda que ele não esteja oficialmente sob investigação e tenha negado malfeitos".

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