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    Lava Jato

    Delúbio, Marcos Valério e mais sete viram réus em ação da Lava Jato

    FELIPE BÄCHTOLD
    DE SÃO PAULO

    12/05/2016 14h06

    Joel Rodrigues - 30.set.14/Folhapress
    O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, condenado no mensalão, que pediu perdão da pena
    O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, denunciado na Lava Jato

    Nove suspeitos se tornaram réus nesta quinta-feira (12) em ação penal da Lava Jato relacionada à 27ª fase da operação, chamada "Carbono-14".

    Entre eles, estão dois personagens centrais do escândalo do mensalão –o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o publicitário Marcos Valério de Souza– e o empresário Ronan Maria Pinto, dono do jornal "Diário do Grande ABC".

    A denúncia do Ministério Público Federal afirma que Ronan extorquiu dinheiro do PT e recebeu recursos de um empréstimo fraudado concedido junto ao banco Schahin. O ex-presidente do banco Sandro Tordin também virou réu.

    Os investigadores suspeitam que o motivo da extorsão tenha sido a compra do silêncio sobre o caso Celso Daniel, prefeito petista de Santo André (SP) assassinado em 2002. Mas essa suspeita não foi incluída na denúncia.

    Marcos Valério e Delúbio Soares são suspeitos de articular uma triangulação do dinheiro por empresas intermediárias. Outro réu, o jornalista Breno Altman, foi incluído na ação penal sob suspeita de participar da negociação.

    Também passou a ser réu Natalino Bertin, do frigorífico Bertin, beneficiário do empréstimo antes de o dinheiro chegar a Ronan, e Enivaldo Quadrado, doleiro também condenado no mensalão.

    Ronan está preso no Paraná desde o dia 1º de abril. Marcos Valério ainda cumpre pena em Minas decorrente do mensalão. Os outros réus não estão em regime fechado.

    Todos os nove são acusados de lavagem de dinheiro. O processo é ligado a uma outra ação da Lava Jato, em que o principal alvo é o pecuarista José Carlos Bumlai, que assinou o empréstimo com o banco Schahin.

    Nessa ação, os procuradores sustentam que, por ter perdoado a dívida decorrente do empréstimo, o grupo Schahin ganhou um contrato para operar um navio-sonda da Petrobras.

    O Ministério Público Federal não denunciou Bumlai, o ex-ministro José Dirceu e os empresários Milton e Salim Schahin porque considerou que os supostos crimes já prescreveram.

    A defesa de Ronan Maria Pinto divulgou nota afirmando que ele é o único dos acusados a ser mantido na prisão por um crime "econômico". Disse ainda que se manifestará nos autos para provar a veracidade do empréstimo questionado e que pedirá a revogação da prisão.

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