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    novo governo

    Ministério de Michel Temer amplia participação de congressistas

    DE BRASÍLIA

    13/05/2016 02h00

    Pedro Ladeira/Folhapress
    Brasilia, DF, Brasil 12.05.2016 Michel Temer fala pela primeira vez como presidente em exercicio durante cerimonia de posse dos ministros Foto: Pedro Ladeira/Folhapress cod 4847
    Michel Temer discursa durante cerimônia de posse dos ministros

    Presidente da Câmara por três gestões e tido como conhecedor dos bastidores legislativos, Michel Temer (PMDB) anunciou nesta quinta (12) um ministério composto em sua maioria por deputados federais e senadores.

    A importância frisada em suas palavras na primeira manifestação ao assumir o poder –em que ressaltou a "necessidade de governabilidade"– se materializou na tinta da caneta presidencial.

    Dos indicados, 13 são congressistas. Isso representa 57% da nova formação da Esplanada, que agora terá 23 pastas (antes, eram 32).

    Foram contemplados deputados e senadores do PMDB (3), PSDB (2), PP (2), DEM, PPS, PV, PTB, PR e PSB.

    O percentual representa o triplo com que Dilma Rousseff iniciou o seu segundo mandato, em 2015, com 7 congressistas nas 39 cadeiras –18% do total.

    Com o agravamento da crise e o avanço de seu enfraquecimento político, a petista cedeu várias áreas do governo à Câmara e ao Senado, mas a medida não conseguiu conter a onda que resultou em seu afastamento.

    Editoria de arte/Folhapress
    Clique para conferir os ministros de Michel Temer, presidente interino da República
    Clique para conferir os ministros de Michel Temer, presidente interino da República

    No discurso em que deu posse a seu ministério, o presidente interino deu o sinal da importância que pretende dar à interlocução com o Legislativo, local onde pretende aprovar reformas e de onde saiu a decisão que lhe alçou ao comando do país. "Queremos uma base parlamentar sólida, que nos permita conversar com a classe política e também com a sociedade. É preciso governabilidade."

    Aliados do peemedebista avaliam que, em linhas gerais, sua base começa mais ou menos com o tamanho dos votos pró-impeachment: 367 das 513 cadeiras da Câmara e 55 das 81 do Senado.

    De acordo com o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), o apoio a Temer pode chegar a 60 senadores nos próximos dias.

    O presidente do PMDB, Romero Jucá (RR), que assumiu o Planejamento, disse que "o Senado entregou a mudança, agora todos têm que ajudar a fazer essa mudança".

    Apesar de esses números serem suficientes para aprovação de mudanças na Constituição (308 e 49, respectivamente), é certo que haverá dissidências, muitas resultantes de demandas não atendidas na montagem da gestão.

    A soma de parlamentares dos partidos que tendem a apoiar Temer é de 371 cadeiras na Câmara e 61 no Senado, mas governo e congressistas sabem que são poucas as legendas que marcham 100% em determinada direção.

    Dilma, por exemplo, teve em seu segundo mandato uma ampla base de apoio no papel. Na prática, sofreu derrotas seguidas patrocinadas pela aliança entre a oposição e as dezenas de deputados que orbitam em torno de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara afastado no último dia 5.

    Aliado a isso, alguns temas polêmicos rompem as barreiras de eventuais fidelidades a diretrizes partidárias.

    Por fim, PT, PC do B, PDT, Rede e PSOL, derrotados com a saída de Dilma, prometem oposição aguerrida a um governo que consideram golpista e sem legitimidade.

    RANIER BRAGON, DÉBORA ÁLVARES, MARIANA HAUBERT, LEANDRO COLON E RUBENS VALENTE

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