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    Criado como maronita, Michel Temer hoje se declara católico

    DE SÃO PAULO

    14/05/2016 02h00 Erramos: esse conteúdo foi alterado

    Ibrahim Chalhoub/AFP
    A Lebanese man uses a spray to erase the word "vice" from a plaque reading in Portuguese and Arabic: "Street Michel Temer, Vice President of Brasil" at the entrance of the village of Btaaboura, north of Beirut, on May 13, 2016 during a celebration after Brazilian of Lebanese descendent Michel Temer became acting President of Brazil. Temer, the current acting president of Brasil is the son of Maronite Lebanese parents, and visited Btaaboura where his father grew up twice in 1997 and 2011. / AFP PHOTO / IBRAHIM CHALHOUB
    Em Btaaboura, Líbano, homem usa spray para apagar a palavra "vice" da placa em homenagem a Temer

    O presidente interino Michel Temer (PMDB), de ascendência libanesa, foi criado como maronita, vertente cristã tradicional do país.

    Em comum com os cristãos romanos, os maronitas reconhecem a autoridade do papa e da Bíblia, mas seguem a liturgia oriental. As missas, por exemplo, são celebradas em siro-aramaico, que seria a língua falada por Jesus.

    Cerca de 20% da população libanesa é maronita. Já no Brasil, o IBGE não calcula o número de fiéis que seguem essa vertente cristã.

    A religião é popular no vilarejo de Btaaboura, localizado no norte do país, onde o pai de Temer e três de seus irmãos nasceram.

    A Prefeitura estima cerca de 400 moradores em Btaaboura. A principal rua da cidade, como indica uma placa, chamava-se "o vice-presidente do Brasil, Michel Temer".

    Nesta sexta-feira (13), o vilarejo, onde Temer esteve por duas vezes, comemorou a ascensão de seu filho ilustre à Presidência.

    Para simbolizar o momento histórico, a palavra "vice", que constava na placa, foi apagada com um spray.

    Agora, restam apenas as palavras "Rua Michel Temer, presidente do Brasil".

    Hoje, o peemedebista se declara católico apostólico romano, religião mais popular entre os brasileiros.

    Embora o presidente interino tenha se convertido ao catolicismo ocidental, a família continua seguindo a Igreja Ortodoxa Grega, afirmam os primos de Temer.

    O peemedebista também frequentou durante os anos 1990 a maçonaria, organização que tem diversos políticos entre os seus membros.

    Após assumir o cargo, na quinta-feira (12), um grupo de religiosos, entre os quais o pastor Silas Malafaia, acompanhou o novo mandatário em seu gabinete para um momento de orações e "bênção".

    Malafaia é conhecido pelas ideias conservadoras e por ser contrário à ampliação dos direitos de homossexuais.

    Em vídeo divulgado em 30 de abril, Temer apareceu ao lado de outro pastor polêmico, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP). Na gravação, destinada a fiéis evangélicos, ele pedia "orações" pelo Brasil e "pacificação" do país.

    Enquanto decidia os ministros de seu eventual governo, Temer havia cogitado nomear o bispo da Igreja Universal Marcos Pereira (PRB) para o Ministério da Ciência.

    A repercussão negativa no meio científico fez o peemedebista desistir do nome.

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