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    Lava Jato

    Lava Jato intensifica operações em 2016

    CAROLINA LINHARES
    DE SÃO PAULO

    16/05/2016 02h00

    Paulo Lisboa - 17.mar.16/Folhapress
    CURITIBA, PR, BRASIL, 17-03-2016, 20h035: O juiz federal Sérgio Moro durante o seminário sobre combate à lavagem de dinheiro na noite desta quinta-feira (17) em Curitiba no Bourbon Convention Hotel. (Foto: Paulo Lisboa/Folhapress, Politica)
    O juiz federal Sergio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância

    Operações da Lava Jato estão mais frequentes em 2016. Enquanto 2015 teve praticamente uma nova fase por mês, neste ano a média subiu para uma a cada três semanas. Apesar do aumento, no domingo (15) completaram 33 dias sem ações –o maior intervalo em 2016.

    Até o fim de abril do ano passado, a Lava Jato havia prendido 21 pessoas e levado 27 para prestar depoimento. Neste ano, já foram 35 prisões e 50 conduções coercitivas.

    Em 2014, primeiro ano da operação, houve uma fase deflagrada a cada 41 dias. O número de presos, no entanto, era maior: uma média de sete por fase. Em 2015, esse número baixou para quatro e voltou a subir para cinco em 2016.

    No total, o juiz Sergio Moro autorizou 133 prisões e 148 conduções coercitivas. A Justiça Federal do Paraná recebeu 52 denúncias, e Moro definiu a sentença para 17 delas, condenando 67 pessoas.

    O tempo médio entre o recebimento da denúncia e o julgamento de Moro é de quase oito meses. Existem casos mais demorados, porém. Sete processos aguardam decisão há mais de dois anos, por exemplo.

    O caso Banestado, com 20 denunciados, foi julgado por Moro em um ano. Já o mensalão, com 40 denunciados, levou cerca de cinco anos e oito meses para ser concluído no STF (Supremo Tribunal Federal).

    Em relação à Lava Jato, o STF tem apenas uma ação penal cujo réu é o presidente da Câmara afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Oito denúncias foram enviadas ao Supremo, que já instaurou 43 inquéritos.

    Há um total de 106 investigados ou com pedido de investigação no Supremo. O partido com mais alvos é o PP (32), seguido do PT (23) e PMDB (20).

    Ações na Justiça do Paraná

    FECHANDO O CERCO

    A primeira fase da Lava Jato, em março de 2014, mirou operadores e levou à prisão o doleiro Alberto Youssef. Ele e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, dois dos principais delatores, são os que colecionam mais condenações.

    Youssef já recebeu sentenças que somam mais de 122 anos de prisão, mas seu acordo de colaboração garante cinco anos em regime fechado no máximo

    Ainda no seu primeiro ano, a Lava Jato prendeu dirigentes da Petrobras e executivos de empreiteiras. A operação contra as construtoras, deflagrada em novembro de 2014, teve 25 presos, o maior número até agora.

    Em abril de 2015, a Lava Jato voltou-se para o núcleo político, prendendo três ex-deputados. No mesmo mês, foi a vez do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. O ex-ministro José Dirceu (PT) foi alvo da operação em agosto daquele ano.

    Foi também nesse período que a Lava Jato atingiu políticos em exercício, em ações autorizadas pelo ministro Teori Zavascki, relator da operação no STF.

    Nas operações Politeia e Catilinárias, a Polícia Federal realizou buscas nos endereços de Cunha, do presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) e do senador Fernando Collor (PTB-AL). O STF autorizou ainda a prisão do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), que implicou mais de 70 pessoas em sua delação.

    Alvos por partido

    O cerco ao PT concentrou-se em 2016, com a Operação Triplo X, que apurou suspeitas sobre o tríplex em Guarujá (SP) que seria de Lula, a prisão do marqueteiro João Santana e a condução coercitiva do ex-presidente em março.

    O último golpe para o governo veio neste mês com o pedido de investigação contra Dilma e Lula, além da denúncia do ex-presidente ao STF.

    Os pedidos de inquérito baseados na delação de Delcídio atingiram ainda os ex-ministros José Eduardo Cardozo e Edinho Silva, além de Cunha e do senador Aécio Neves (PSDB-MG).

    O STF considerou, porém, que as acusações de que os dois últimos teriam recebido propina de Furnas não têm relação com o esquema na Petrobras e, por isso, as investigações não estão sob responsabilidade de Zavascki.

    Na semana passada, o ministro Dias Toffoli autorizou o inquérito sobre Cunha. Em relação ao tucano, o ministro Gilmar Mendes pediu que a Procuradoria reavalie o caso.

    Editoria de Arte/Folhapress
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