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    Governo Temer será 'conservador em todos os seus aspectos', afirma Dilma

    DE SÃO PAULO

    19/05/2016 19h33

    Reprodução/Video
    Assista: Primeira Entrevista Com a Presidente Dilma Rousseff Depois de Sua Suspensão
    A presidente afastada Dilma Rousseff é entrevistada pelo jornalista norte-americano Glenn Greenwald

    A presidente afastada Dilma Rousseff afirmou ao jornalista norte-americano Glenn Greenwald, em entrevista publicada nesta quinta (19) no site "The Intercept", que o governo do interino Michel Temer será "bastante conservador em todos os seus aspectos."

    Dilma se referiu ao governo Temer como "ilegítimo", citando a ausência de mulheres no ministério e afirmando que se trata de um "governo de homens brancos" em um país onde mais de 50% se declaram de origem afrodescendente. Segundo ela, isso mostra que há um "certo descuidado" por parte do governo com o país.

    A presidente afastada afirmou também que o governo interino "mostra um grande apetite por cortar programas sociais."

    Dilma recebeu Greenwald no Palácio da Alvorada na terça (17), em Brasília. O jornalista é conhecido pela cobertura das revelações de Edward Snowden, antigo prestador de serviços à Agência Nacional de Segurança norte-americana.

    Em relação ao presidente afastado, Eduardo Cunha, Dilma o acusou de ser o "líder do golpe" e de agir "nas trevas".

    "Este líder, eminentemente, representa um setor conservador, extremamente conservador", afirmou Dilma.

    Segundo Dilma, a suspensão da investigação sobre o senador Aécio Neves (PSDB-MG) no âmbito da Lava Jato é "estranha". A decisão foi tomada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes após o Senado votar pela admissibilidade do processo de impeachment.

    "Esses doze integrantes [ministros do STF], nem todos têm a mesma posição um tanto quanto efetivamente militante, visivelmente militante, eu diria, do ministro Gilmar Mendes. Ele está tomando atitudes que vão ser avaliadas ao longo do tempo por todos os brasileiros", afirmou.

    Ao ser questionada sobre se acha correto uma "desobediência civil" por parte dos brasileiros contra o governo Temer, a presidente desconversou e disse que a situação de hoje é diferente em relação a do golpe militar de 1964.

    Dilma afirmou ainda que pretende recorrer ao STF para julgar o mérito do processo do impeachment, mas não especificou quando deve fazê-lo.

    CANAL RUSSO

    Em entrevista ao canal "Russia Today", exibida nesta quinta (19), Dilma criticou os primeiros dias do presidente interino Michel Temer no governo.

    Segundo ela, Temer "adota uma medida hoje e muda amanhã" porque não tem um programa eleito pelas urnas.

    Dilma disse também que pretende viajar pelo Brasil para "denunciar o golpe" do qual teria sofrido.

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