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    PF deflagra mais uma fase da Operação Lava Jato e prende ex-assessor do PP

    GABRIEL MASCARENHAS
    DE BRASÍLIA
    JULIANA COISSI
    DE CURITIBA

    23/05/2016 07h31 - Atualizado às 10h45

    Sérgio Lima - 20.set.2005/Folhapress
    ORG XMIT: 384801_1.tif Escândalo do "Mensalão": o assessor do PP (Partido Progressista, João Cláudio de Carvaho, apontado como um dos receptores do dinheiro do esquema do publicitário Marcos Valério, durante depoimento à CPMI do Mensalão, no senado, em Brasília (DF). (Brasília, DF, 20.09.2005. 12h40. Foto de Sérgio Lima/Folhapress. Digital)
    O ex-funcionário do PP João Claudio Genu

    A Polícia Federal realiza na manhã desta segunda-feira (23) a 29ª fase da Operação Lava Jato. Estão sendo cumpridos mandados em Brasília, Pernambuco e Rio de Janeiro. A ação foi batizada de "Repescagem".

    A Folha apurou que o ex-funcionário do PP João Claudio Genu foi preso preventivamente em Brasília. Procurado, o advogado dele, Mauricio Maranhão, não quis dar declarações à reportagem.

    Genu foi assessor do deputado José Janene, que morreu em 2010. Ele foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal em novembro de 2012) no escândalo do mensalão do PT por ter sacado R$ 1,1 milhão das empresas do publicitário Marcos Valério. Em 2014, após recurso, Genu foi absolvido do crime de lavagem de dinheiro e teve a pena reduzida.

    Segundo a PF, foram encontrados elementos que indicam a participação do investigado também com o esquema de corrupção na Petrobras.

    "As investigações apontam que ele continuou recebendo repasses mensais de propinas, mesmo durante o julgamento do mensalão e após ter sido condenado, repasses que ocorreram pelo menos até o ano de 2013", segundo nota da PF.

    OUTROS SUSPEITOS

    Lucas Amorim Alves foi preso temporariamente. Ele teve o mandado de prisão temporária expedido por ser sócio de Genu em diversas empresas das quais houve vultosos depósitos bancários, segundo a Lava Jato.

    Já Humberto do Amaral Carrilho está no exterior e não teve a prisão temporária cumprida. Segundo a PF, Carrilho é considerado foragido.

    Ao todo, estão sendo cumpridos seis mandados de busca e apreensão, um de prisão preventiva e dois de prisão temporária.

    29ª fase da Lava Jato - Operação Repescagem - Número de mandados

    REPESCAGEM

    A nova fase da Lava Jato, Repescagem, alude ao fato de que o principal investigado, João Claudio Genu, já foi processado no mensalão e, agora, é investigado novamente na Lava Jato.

    Nesta etapa são investigados os crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva e ativa envolvendo verbas desviadas no esquema criminoso na estatal.

    Jorge Araújo - 15.jun.2005/Folhapress
    Brasilia (DF))-15 de junho/2005/ Jose Janene,lider do PP durante entrevista. o deputsdo foi citado ontem no depoimento do deputado Roberto Jefferson sobre o mensalão /Foto Jorge Araujo/Folha
    O ex-deputado federal José Janene, morto em 2010 aos 55 anos por problemas cardíacos

    OUTRO LADO

    Procurado, o advogado de João Claudio Genu, ex-funcionário do PP condenado no mensalão e preso preventivamente na nova fase da Operação Lava Jato, Mauricio Maranhão, não quis dar declarações à reportagem.

    O advogado Ademar Rigueira Neto, que representa Humberto Carrilho, afirmou que o cliente não está foragido. Segundo ele, Carrilho viajou para Portugal para tratar de negócios da empresa dele e tinha previsão de retornar no fim deste mês, mas deve antecipar o voo e estar no Brasil até o fim da semana.

    Também foi expedido um mandado de prisão contra ele na 29ª fase da Lava Jato, deflagrada nesta segunda-feira (23).

    Segundo seu advogado, ele já havia prestado depoimento na Lava Jato por acusações anteriores e não havia qualquer restrição para viagens internacionais.

    A respeito da nova acusação contra ele, que deu base ao pedido de prisão, o advogado negou que Carrilho tenha ajudado Genu a fazer remessas de recursos ao exterior e que o cliente irá disponibilizar seu sigilo bancário às autoridades.

    A defesa do sócio de Genu, Lucas Amorim Alves, também preso preventivamente pela Polícia Federal na fase "Repescagem" da Lava Jato, não foi localizada pela Folha.

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