• Poder

    Saturday, 04-May-2024 07:07:59 -03

    novo governo

    Compromisso com Lava Jato é 'absoluto', diz ministro da Justiça

    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    23/05/2016 12h33

    Joel Silva - 14.ago.2015/Folhapress
    Secretário de segurança pública do Estado, Alexandre de Moraes
    O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes

    O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, negou nesta segunda-feira (23) que o governo Michel Temer tenha recuado no empenho de dar prosseguimento à Operação Lava Jato.

    Segundo ele, segue "absoluto" o compromisso da gestão interina no combate à corrupção e na "total independência" da Polícia Federal.

    Em gravação revelada pela Folha, o ministro Romero Jucá (Planejamento) sugeriu em março que uma mudança no governo federal resultaria em um pacto para deter a Operação Lava Jato.

    "O compromisso do governo Michel Temer e do Ministério da Justiça com o combate à corrupção e a efetividade da Operação Lava Jato é absoluto e todas as condições necessárias serão garantidas à Polícia Federal, para que permaneça com total independência no prosseguimento das investigações", disse Moraes à Folha.

    O presidente interino está sendo aconselhado por sua equipe que a melhor saída é o afastamento temporário de Jucá depois que foi divulgada a gravação.

    Segundo a Folha apurou, a tendência é o ministro ainda hoje, depois de dar entrevista à imprensa, pedir seu afastamento do governo para se defender. A única hipótese de ele ficar no posto é se as explicações do ministro forem capazes de afastar qualquer crise no governo, o que é considerado difícil por sua equipe.

    Com a ressaca da divulgação de áudio em que Jucá fala em pacto para deter o avanço da Operação Lava Jato, o governo federal começou a avaliar desde a noite de domingo (22) os impactos de uma eventual saída do cargo do ministro do Planejamento.

    Pedro Ladeira - 5.abr.16/Folhapress
    Romero Jucá, ministro do Planejamento, disse que criar novo imposto não é a primeira opção do governo
    Romero Jucá (PMDB-RR), senador licenciado e ministro do Planejamento, em fala no Senado Federal

    A avaliação de governistas e aliados é que o episódio passa uma "péssima imagem de partida" da gestão interina e afeta discurso do presidente em exercício de que deixará a Operação Lava Jato transcorrer normalmente.

    Na tentativa de solucionar a primeira crise do novo governo, o presidente interino se reuniu nesta manhã com os ministros Jucá e Eliseu Padilha (Casa Civil) e com o assessor especial Moreira Franco.

    Em conversas ocorridas em março passado, e reveladas pela Folha, o ministro sugeriu ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado que uma "mudança" no governo federal resultaria em um pacto para "estancar a sangria" representada pela Operação Lava Jato, que investiga ambos.

    Gravados de forma oculta, os diálogos entre Machado e Jucá ocorreram semanas antes da votação na Câmara que desencadeou o impeachment da presidente Dilma Rousseff. As conversas somam 1h15min e estão em poder da PGR (Procuradoria-Geral da República).

    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024