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    novo governo

    Renan diz que vai tratar o governo Temer como tratou o de Dilma

    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    23/05/2016 17h31 - Atualizado às 19h06

    Eduardo Anizelli - 10.mai.2016/Folhapress
    O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), recebe Michel Temer antes de o correligionário assumir interinamente o governo
    O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), recebe Michel Temer antes de o correligionário assumir interinamente o governo

    Em tumultuada entrevista coletiva após reunião com Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta segunda-feira (23) que vai tratar o governo interino do correligionário da mesma forma que tratou o governo de Dilma Rousseff (PT).

    Nos bastidores, Renan vinha dando suporte a Dilma nos últimos meses e não se alinhou de forma explícita à articulação de Temer para assumir o poder.

    "Mais do que nunca é fundamental ajudar o Brasil. Vou tratar o governo Temer da mesma forma que eu tratei o governo Dilma, porque o que está o jogo não é o Michel, é o Brasil, é o interesse do Brasil. E esse governo precisa se esforçar para dar muito certo", afirmou Renan.

    A declaração foi dada no dia em que reportagem da Folha revelou que o ministro do Planejamento do governo interino, Romero Jucá (PMDB-RR), sugeriu ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado que uma "mudança" no governo federal resultaria em um pacto para "estancar a sangria" representada pela Operação Lava Jato.

    A divulgação das gravações do diálogo levou Jucá a anunciar a sua licença do cargo.

    Questionado sobre as menções a seu nome na gravação, Renan afirmou não ter tomado conhecimento sobre o assunto ainda. "Não vi. Praticamente vim do aeroporto para receber o presidente da República. Mas acho que mais do que nunca precisamos que o governo diga quais são as mudanças que vão fazer", disse.

    O presidente do Senado disse que antecipou para as 11h desta terça a sessão do Congresso para a votação da revisão da meta fiscal que propõe um deficit primário de R$ 170,5 bilhões.

    "Há uma exigência nacional em relação a essa matéria. É muito importante para que o novo governo caminhe na legalidade. Ele não pode repetir, nesse aspecto, o governo anterior."

    Sobre a obstrução que o PT e o PC do B prometeram fazer à votação da meta, Renan afirmou não que, o que "está em jogo" é a "necessidade da revisão da meta fiscal para que esse governo não entre na ilegalidade como o outro entrou".

    Ao chegar ao Senado, Temer foi recebido aos gritos de "golpista" por deputados do PT. Esperado para chegar junto com o presidente interino, Jucá adentrou o gabinete de Renan minutos depois. A estratégia foi adotada para evitar que Temer aparecesse junto a Jucá nas imagens captadas por jornalistas.

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