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    novo governo

    Base aliada de Temer passa em primeiro teste ao aprovar meta fiscal

    MARIANA HAUBERT
    MACHADO DA COSTA
    DÉBORA ÁLVARES
    DE BRASÍLIA

    26/05/2016 02h00

    Alan Marques/Folhapress
    BRASÍLIA, DF, BRASIL, 24.05.2016. Senador Renan Calheiros preside sessão do Congresso Nacional para votar 24 vetos e analisar a nova meta fiscal do governo interino de Michel Temer. O Deputado Jorge solla faz protesto atrás da cadeira de Calheiros. (FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
    Renan (à esq.) preside sessão que aprovou meta fiscal enquanto opositor protesta contra Michel Temer

    A aprovação da revisão da meta fiscal na madrugada desta quarta (25) marcou a primeira vitória do presidente interino Michel Temer junto ao Congresso.

    O desafio vencido dá ao governo fôlego para negociar com os parlamentares a aprovação das medidas de austeridade na economia anunciadas nesta terça (24). Temer classificou o resultado como "uma bela vitória".

    Formada pelo chamado "centrão" e por PMDB, PSDB e DEM, a base que dá sustentação a Temer no Congresso demonstrou persistência para aguentar mais de 16 horas de sessão.

    Apesar de ter sido longa, grande parte dela foi destinada à votação de 24 vetos presidenciais, dos quais um foi rejeitado integralmente e dois tiveram trechos também derrubados.

    Só então, no início da madrugada, os parlamentares iniciaram a discussão sobre o novo deficit primário proposto pelo governo de R$ 170,5 bilhões.

    A análise da meta em si durou cerca de três horas. Mesmo com o intenso embate entre apoiadores da presidente afastada Dilma Rousseff e de aliados de Temer, o governo conseguiu neutralizar a oposição.

    Ao longo das discussões, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tomou uma série de medidas para agilizar a votação da meta e evitar que, com o avançar da madrugada, o quórum diminuísse.

    Tanto que a votação foi simbólica, o que apressou sua conclusão e evitou que um pedido de votação nominal pudesse revelar que não havia número suficiente para aprovar a revisão da meta.

    O senador Humberto Costa (PT-PE), reconheceu o erro pelo fato de os partidos de oposição a Temer não terem pedido a verificação dos votos. "Acho que é uma falta de costume de ser oposição."

    Antes de o Congresso iniciar a análise da meta, Temer fez diversos apelos à base para que se esforçassem para "ajudar a tirar o país da crise" e trazer "um clima de tranquilidade ao país".

    Ao longo da terça, Temer ligou para diversos parlamentares para garantir o apoio deles em plenário, segundo a Folha apurou.

    Deputados e senadores da oposição questionaram o tamanho do deficit apresentado, pois a conta apresentada por Nelson Barbosa, ministro da Fazenda de Dilma Rousseff, apresentava deficit primário de R$ 96,7 bilhões.

    "O governo fez diversas maquiagens para chegar a um rombo de R$ 170,5 bilhões", disse Costa.

    O relator da matéria, deputado Dagoberto Nogueira Filho (PDT-MS), fez um relatório favorável aos cálculos formulados pelo novo governo. "O número apresentado é um número justo".

    O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), afirmou que o primeiro desafio de Temer foi vencido e que a base aliada demonstrou "estar preocupada com o Brasil". Já Costa, ex-líder do governo na gestão Dilma, classificou a nova meta fiscal aprovada como um cheque em branco ao Executivo.

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