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    novo governo

    Chefes regionais da Transparência entregam cargos em protesto

    GABRIEL MASCARENHAS
    DE BRASÍLIA

    30/05/2016 15h54

    Pedro Ladeira - 12.mai.2016/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 12-05-2016, 17h00: O ministro Fabiano Silveira, de Fiscalização, Transparência e Controle, durante cerimônia de posse dos ministros do governo do presidente interino Michel Temer. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    O ministro Fabiano Silveira, de Fiscalização, Transparência e Controle, durante cerimônia de posse

    Os chefes regionais do Ministério de Transparência, Fiscalização e Controle estão entregando seus cargos em protesto à permanência do chefe da pasta, ministro Fabiano Silveira, flagrado em gravações criticando a Operação Lava Jato e orientando o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

    A Folha confirmou a informação com dois servidores que ocupam cadeiras de comando em seus estados: Adilmar Gregorin, chefe de unidade na Bahia, e Roberto Viégas, que ocupa o mesmo posto em São Paulo.

    De acordo com Gregorin, todos os comandantes regionais estão aderindo ao movimento, na tentativa de deixar claro que não aceitarão Silveira à frente da pasta de combate à corrupção.

    "Não há a menor condição de termos um ministro sob suspeição, como está o atual", justificou o Gregorin.

    O responsável pela unidade paulista fez coro ao colega e pede, além da exoneração de Silveira, a revogação da Medida Provisória que transformou a CGU (Controladoria-geral da União) em ministério, tirando o vínculo do órgão à Presidência.

    "Essa é uma casa séria, precisamos de gente séria na cúpula desta casa para nos guiar. E queremos a imediata revogação da MP", protestou Viégas.

    GREVE

    Desde que os áudios de Silveira vieram a público, os servidores da pasta pleiteiam a exoneração dele e ameaçam decretar uma greve geral, com a paralisação de todos os serviços da pasta.

    Segundo o chefe da unidade da Bahia, cerca 150 trabalhadores da antiga CGU deverão chegar a Brasília até quarta-feira (1º) para engrossarem as manifestações contra Silveira.

    ÁUDIO

    Silveira foi gravado pelo ex-diretor da Transpetro, Sérgio Machado, que se tornou delator da Operação Lava Jato. Os diálogos foram divulgados pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo (29).

    Segundo o programa, a gravação ocorreu no fim de fevereiro, na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros. Servidor do Senado, Silveira foi indicado para o CNJ por Renan.

    Silveira chegou a recomentar que Renan não apresentasse certos argumentos na defesa de um dos inquéritos.

    "Está entregando já a sua versão pros caras da... PGR [Procuradoria-Geral da República], né. Entendeu? [...] Quando você coloca aqui, eles vão querer rebater os detalhes que colocou", afirmou.

    Silveira também disse que Machado devia procurar o relator de um dos processos da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), sem citar qual deles.

    O sindicato que representa os servidores da antiga CGU (Controladoria-geral da União) divulgaram uma carta em que pedem a demissão do ministro.

    A nota assinada pelo Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon Sindical) sustenta que, em virtude das revelações feitas pelo programa, Silveira "demonstrou não preencher os requisitos de conduta necessários para estar à frente de um órgão que sela pela transparência pública e pelo combate à corrupção".

    Em seguida, no texto, os membros da categoria "exigem a imediata exoneração" do ministro, assim como a revogação da legislação que determinaram as mudanças na CGU.

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