O presidente interino, Michel Temer, confirmou nesta terça-feira (31) que o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) aceitou assumir a liderança do governo no Senado Federal.

O peemedebista se reuniu com o tucano no início da tarde, no Palácio do Planalto, para formalizar a proposta após sondagem inicial ao tucano na noite de segunda-feira (30).

A ideia do Palácio do Planalto até o final da semana passada era escolher uma mulher para o posto, entre elas Ana Amélia (PP-RS) e Simone Tebet (PMDB-MS).

Os nomes, contudo, não tiveram apoio da maior parte da base aliada, o que levou o governo a recuar e a buscar um nome de consenso.

Com a indefinição, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), sugeriu a Temer o nome do tucano em reunião no Palácio do Planalto.

O peemedebista aprovou a sugestão e pediu para que Eunício sondasse Aloysio, que sinalizou positivamente.

Para formalizar o convite, Temer telefonou na manhã desta terça-feira (31) para o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, para pedir que Aloysio se reunisse com ele no início da tarde.

Segundo a Folha apurou, o apoio do PMDB à indicação de um nome do PSDB para a liderança do governo faz parte de acordo para que os tucanos apoiem a indicação de Eunício para a presidência do Senado em 2017.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), elogiou a escolha. "Ele é uma referência, grande senador, tem trânsito entre todo mundo aqui na Casa. Sem dúvida nenhuma vai qualificar a liderança do governo no Senado", disse.

Crítico ferrenho do governo Dilma Rousseff, o tucano foi vice na chapa presidencial do senador Aécio Neves (PSDB-MG).

A senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), agora oposição ao governo Temer, criticou o nome de Aloysio em discurso na tribuna. Ela citou um discurso feito por Aloysio nesta segunda (30) em que criticou entrevista dada pela presidente afastada Dilma Rousseff à Folha.

"O líder do governo diz que ela não pode voltar pela sua inépcia em dirigir o país. Em nenhum momento, fala que ela não pode voltar porque teria cometido algum crime", reclamou.

Ele é alvo de um inquérito para averiguar acusação de caixa dois, citada na delação do ex-presidente da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa. O caso não tem relação com a Operação Lava Jato, e Aloysio nega ter cometido qualquer irregularidade.

Para a Câmara dos Deputados, o peemedebista havia escolhido o deputado federal André Moura (PSC-SE), aliado de Eduardo Cunha e réu em três ações penais no Supremo Tribunal Federal sob a acusação de desviar dinheiro público.

Moura é investigado ainda em pelo menos três outros inquéritos, entre eles por suposta participação em tentativa de homicídio e no esquema de corrupção da Petrobras. Ele se diz inocente.