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    'Agenda ética' do governo Temer 'se esfarelou', diz PT

    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA

    31/05/2016 18h41

    A cúpula do PT divulgou documento nesta terça-feira (31) para afirmar que a "agenda ética" do governo interino de Michel Temer "se esfarela" após o vazamento de conversas entre o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e integrantes do comando do PMDB.

    Para os dirigentes petistas, os áudios que derrubaram do cargo dois ministros em 19 dias "confirmam o caráter golpista do impeachment" de Dilma Rousseff.

    Segundo resolução aprovada pela executiva nacional do partido, após reunião em Brasília, as conversas entre Machado e os ex-ministros Romero Jucá (Planejamento) e Fabiano Silveira (Transparência, Fiscalização e Controle) mostram que o objetivo do que chamam de golpe contra Dilma era paralisar a Operação Lava Jato e direcionar as investigações apenas sobre integrantes do PT, "criminalizando-os".

    " [...] fica claro que a deposição da presidenta Dilma tem por um dos objetivos o estancamento das investigações no âmbito da Operação Lava Jato relacionadas aos partidos que engendraram o golpe. Como disse Jucá: 'tem que ficar onde está...', ou seja, seletivamente apenas criminalizar o PT e seus dirigentes", diz o texto.

    Como revelou a Folha, em conversa com o ex-presidente da Transpetro, Jucá sugere um pacto para "estancar a sangria" da Lava Jato. Segundo petistas, esse diálogo será usado na defesa de Dilma durante o julgamento da presidente afastada pelo Senado.

    Ainda segundo a direção petista, além dos diálogos vazados, o anúncio das medidas econômicas pelo governo interino de Temer corroboram para a tese de golpe defendida pela sigla, que visa "acabar com os programas sociais".

    "Entendemos que o motivo central para o golpe está explicitado nas medidas econômicas e de ajuste fiscal propostas pelo governo golpista e ilegítimo de Michel Temer, centrado no congelamento das despesas públicas, particularmente das dotações orçamentárias da Saúde e da Educação", afirma o documento.

    "Seu objetivo é tentar 'vender' à opinião pública pacote de medidas econômicas como medidas necessárias para solução da crise, buscando ainda esconder seu ministério golpista composto por inúmeros investigados de corrupção, com perfil conservador e de baixa qualidade técnica", completa o texto.

    A reunião da executiva acontece menos de duas semanas depois de o PT reunir seu diretório nacional, também em Brasília, e divulgar um documento em que fez uma rara autocrítica e afirma que só é possível entender o impeachment de Dilma se forem avaliados "os erros cometidos por nosso partido e nossos governos", principalmente os relacionados à política de aliança e ao modelo econômico.

    Como mostrou a Folha, o PT está dividido quanto ao caminho que o partido deve seguir caso Dilma consiga ser absolvida no Senado e volte ao Palácio do Planalto, mas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a cúpula da sigla deram a ordem de trabalhar para tentar "reverter votos" contra o impeachment.

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