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    novo governo

    Temer usará evento de posse para defender Operação Lava Jato

    VALDO CRUZ
    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    01/06/2016 02h00

    Pedro Ladeira/Folhapress
    brASILIA, DF, BRASIL, 31-05-2016, 14h00: O presidente interino Michel Temer chega à casa do sogro do dep. Rogério Rosso (PSD-DF), onde participou de almoço com parlamentares da base do governo, no bairro do Lago Sul. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    O presidente interino Michel Temer ao chegar para almoço com parlamentares da base aliada

    Com a queda de dois ministros em menos de 20 dias de governo, o presidente interino, Michel Temer, quer aproveitar o evento de posse nesta quarta (1º) no Palácio do Planalto para reafirmar compromisso com o combate à corrupção e com o fortalecimento da Operação Lava Jato.

    O esforço tem como objetivo tentar diminuir o desgaste causado pelas críticas de auxiliares demitidos às investigações da Polícia Federal e do Ministério Público e sair do clima de agenda negativa que marcou as primeiras semanas da administração interina.

    Temer pretende reforçar em seu discurso que integrantes do governo que cometerem ilícitos ou equívocos deixarão o governo.

    Em gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, tanto Romero Jucá (Planejamento) como Fabiano Silveira (Transparência) fizeram críticas à Operação Lava Jato. As declarações foram mal avaliadas pela base aliada no Congresso e municiaram discurso de aliados da presidente afastada Dilma Rousseff contra a administração interina.

    A ideia inicial era que fossem promovidos dois eventos de posse no Rio de Janeiro, nos quais seriam oficializadas as trocas nas presidências da Petrobras e no BNDES.

    O peemedebista, porém, fez questão de levá-los ao Palácio do Planalto e de acrescentar também as posses de postos de comando no Banco do Brasil, Caixa Econômica e Ipea, dando maior peso à solenidade, que foi apelidada pela gestão interina de "superposse".

    No discurso que pretende fazer na solenidade, para a qual convidou empresários de diferentes setores, o presidente interino destacará que as posses marcam um novo momento do país para a recuperação da econômica e retomada dos investimentos.

    O peemedebista também elencará medidas que pretende enviar ao Congresso, como o limite para gastos públicos e a reforma previdenciária, e destacará que os profissionais que tomarão posse são "pessoas competentes", que entram no governo federal com a missão de "resgatar" empresas em dificuldades financeiras.

    Em crítica à gestão anterior, Temer também ressaltará que eles terão a tarefa de consertar o "pesado legado" de desequilíbrio financeiro das empresas públicas. Na tentativa de arrefecer críticas sobre a falta de profissionais do sexo feminino no primeiro escalão governamental, ele fará questão de ressaltar que o BNDES será comandado pela primeira vez, por uma mulher.

    Na cerimônia no Palácio do Planalto, tomarão posse Maria Silvia (BNDES), Pedro Parente (Petrobras), Gilberto Occhi (Caixa), Paulo Caffarelli (Banco do Brasil) e Ernesto Lozardo (Ipea).

    TRANSPARÊNCIA

    Com a saída de Silveira, o presidente interino começou a avaliar desde a noite de segunda-feira (30) nomes para substituí-lo no cargo.

    Os mais cotados são do ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Torquato Jardim, da ministra do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Nancy Andrighi e do ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Carlos Velloso.

    A escolha passará pelo presidente do Senado Federal, responsável pela indicação de Silveira. Segundo a Folha apurou, Temer já informou a Renan por meio de um interlocutor a disposição de ouvi-lo antes da escolha.

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