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    novo governo

    Temer chama de 'oportunistas' quem debita herança petista na sua gestão

    GUSTAVO URIBE
    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA

    01/06/2016 10h55 - Atualizado às 11h15

    Em reação às críticas da presidente afastada Dilma Rousseff, o presidente interino, Michel Temer, chamou de "oportunistas" aqueles que querem debitar sobre seu governo resultados negativos da economia e disse que não vai "destruir aquilo que mais toca" os setores sociais.

    Em cerimônia de posse de cinco presidentes de órgãos federais, o peemedebista disse que não é culpa da atual administração o número de 11 milhões de desempregados ou a alta da inflação. E fez questão de ressaltar que não haverá reduções com despesas em saúde e educação.

    "Não falarei em herança de espécie nenhuma. Apenas revelo a verdade dos fatos para que oportunistas não venham debitar os erros dessa herança ao nosso governo", disse. "O país se encontra mergulhado em uma das grandes crises de sua história, uma conjugação de problemas causados de erros ao longo do tempo que comprometeram a governabilidade", completou.

    Em seu rápido discurso, Temer reconheceu que as medidas econômicas não resolverão a situação do país "da noite para o dia" e que serão precisos "sacrifícios" para "encontrar o caminho para a geração de emprego e o crescimento do país".

    "Eu quero registrar, para que não tenha exploração, que os percentuais referentes a saúde e educação não serão modificados", disse o peemedebista, em referência a projeto da fixação de teto para gastos públicos que será enviado ao Congresso Nacional.

    O presidente interino ironizou também o discurso de aliados de Dilma de que o impeachment tinha o objetivo de frear a Operação Lava Jato.

    "Quero revelar pela enésima vez que ninguém vai interferir na chamada Lava Jato. Não haverá a menor possibilidade de qualquer interferência do Executivo", disse.

    A declaração ocorre após a queda de dois ministros que, em gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, fizeram críticas às investigações da Polícia Federal.

    O ex-ministro Romero Jucá (Planejamento) chegou até mesmo a sugerir um pacto para "estancar a sangria" da Lava Jato.

    EMPOSSADOS

    Na cerimônia no Palácio do Planalto, tomaram posse Maria Silvia (BNDES), Pedro Parente (Petrobras), Gilberto Occhi (Caixa), Paulo Caffarelli (Banco do Brasil) e Ernesto Lozardo (Ipea). Em cima do palco montado no segundo andar do Palácio do Planalto, todos estavam com algum adereço azul, cor do slogan do governo interino.

    Temer disse que os novos presidentes têm o perfil que ele pretende imprimir ao país, de "competência e eficiência". O peemedebista ressaltou que não quer um Estado "máximo" ou "mínimo", mas "suficiente" e "eficiente", que ajude a retomar o crescimento.

    "Reforça-se a ideia de uma equipe econômica que tem os olhos voltados ao Brasil. Não existe espaço no país para um estado inchado e ineficiente. O estado que a sociedade quer é que ofereça espaço para o progresso e incentive o empreendedor", disse.

    Em busca de uma agenda positiva, a equipe de Temer convidou para o que chamou de "superposse" ministros de todas as áreas, além de parlamentares e empresários. A ideia era desviar o foco das críticas e desgastes que o governo interino tem sofrido nos primeiros 19 dias.

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