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    PF prende auditor da Receita acusado de fraudar Casa da Moeda

    DO RIO

    03/06/2016 10h43 - Atualizado às 13h02

    A Polícia Federal prendeu preventivamente na manhã desta sexta-feira (3) o auditor-fiscal da Receita Marcelo Fisch Menezes e sua mulher Mariangela, ambos acusados de fazer parte de uma quadrilha envolvida em fraudes de licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro no Rio de Janeiro.

    Fisch, que em 2008 ocupava a cadeira de coordenador-feral de Fiscalização, foi nomeado chefe de Divisão de Controles Fiscais Especiais em 2015. De acordo com a investigação, ele foi um dos responsáveis pela contratação, sem licitação, da Sicpa Indústria de Tintas e Sistemas.

    A empresa de Mariangela, a MDI Consultoria, recebeu entre 2009 e 2015 cerca de R$ 15 milhões por uma suposta consultoria. A PF identificou, porém, que o montante foi pago por uma empresa sediadas nos Estados Unidos ligada à Sicpa.

    Batizada de Esfinge, a operação da PF, em conjunto com o Ministério Público e o Ministério da Fazenda, investiga fraudes em contratos que movimentaram mais de R$ 6 bilhões, incluindo uma licitação na Casa da Moeda. Segundo a PF, estima-se que, em propinas, o grupo movimentou cerca de R$ 70 milhões.

    Além das prisões, os agentes cumprem cinco mandados de busca e apreensão em escritórios e residências em São Paulo e Brasília.

    Um dos alvos é uma consultoria que teria recebido R$ 70 milhões de uma empresa investigada por fraude em licitação na Casa da Moeda.

    O escritório teria recebido os valores sem prestar os serviços contratados. Teria ainda servido de fachada para intermediar o pagamento de propina do esquema, segundo a PF.

    A licitação da Casa da Moeda investigada envolve a contratação do chamado Sicobe (Sistema de Controle da Produção de Bebida), que previa a instalação de equipamentos contadores de produção nas linhas de produção de bebidas (cervejas, refrigerantes, sucos).

    Esse sistema é instalado pela Casa da Moeda nas fábricas de bebidas e realiza o controle, registro, gravação e transmissão da quantidade produzida. A informação é remetida para Receita Federal para fins de tributação.

    O faturamento desse contrato, nos últimos seis anos, ultrapassou a cifra de R$ 6 bilhões, segundo a PF.

    A operação é um desdobramento da Operação Vícios da PF, que investigou no ano passado um esquema de fraude em contratação de empresa envolvendo a Receita Federal e a Casa da Moeda.

    Os mandados foram expedidos pela 8ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

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