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    o impeachment

    Renan diz ver com 'preocupação' redução de prazo do impeachment

    DÉBORA ÁLVARES
    DE BRASÍLIA

    03/06/2016 12h02

    Eduardo Anizelli - 11.mai.2016/Folhapress
    Renan Calheiros preside sessão do Senado para que decidiu pela abertura do processo de impeachment
    Renan Calheiros preside sessão do Senado para que decidiu pela abertura do processo de impeachment

    O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou, por meio de nota nesta sexta-feira (3), ver com "preocupação as iniciativas de comprimir os prazos" na tramitação do processo de impeachment de Dilma Rousseff.

    A comissão especial que analisa o processo no Senado decidiu, nesta semana, reduzir em 20 dias o prazo para tramitação do processo.

    A defesa de Dilma afirmou, inicialmente, que recorreria da decisão ao presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski. Mais tarde, o ex-ministro da Justiça e ex-advogado-geral da União José Eduardo Cardozo disse que pediria uma audiência com o ministro da Suprema Corte. Não há previsão para o encontro acontecer até o momento.

    Após a votação da admissibilidade do impeachment de Dilma, que culminou com o afastamento por até 180 dias da petista do cargo, Lewandowski passou a ser o responsável pelo processo.

    "Apesar de não conduzir o processo e não integrar a Comissão Processante, como presidente do Congresso Nacional, vejo com preocupação as iniciativas para comprimir prazos. Mais ainda se a pretensão possa sugerir supressão de direitos da defesa, que são sagrados", afirmou Renan no texto divulgado nesta manhã.

    A defesa de Dilma alega restrição do direito de defesa, argumento levantado também pelo presidente do Senado.

    Calendário do Impeachment

    "É imperioso agilizar o processo para que não se arraste indefinidamente. Para tal, é possível reduzir formalidades burocráticas, mas sem restringir o devido processo legal e principalmente o direito de defesa. Dez dias na história não pagam o ônus de suprimi-los."

    Para Renan, deve-se prosseguir com o julgamento com isenção e responsabilidade "como se viu, aliás, na longa sessão do dia 11 de maio, em que foi admitido o processo", destaca e continua: "a despeito de atitudes extemporâneas e equivocadas que, pontualmente, a precederam e que poderiam pôr em risco a lisura da condução do impeachment, como tentaram".

    A afirmação é uma alusão às articulações ocorridas na Câmara, na época que o pedido era analisado pela Casa, para agilizar a tramitação.

    Nova proposta

    Renan encerra a nota opinando que lhe parece "prudente evitar recorrer, a todo tempo, ao Judiciário para que decida questões de ordem". "Por mais sensatas e qualificadas que sejam as decisões do presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, e elas o são, é inadequado sobrecarregá-lo com trabalho tipicamente congressual e que corre o risco de ser interpretado como transferência de responsabilidade".

    Nesta quinta (2), a comissão referendou a decisão do relator do processo de impeachment, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), de rejeitar a inclusão da delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e as gravações em que ele conversa com lideranças do PMDB na fase de coleta de provas para o processo.

    Também não se admitiu a oitiva de especialistas e a realização de perícia e auditoria econômico-financeira e contábil por uma consultoria internacional nos decretos.de crédito suplementar e nas pedaladas fiscais.

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