• Poder

    Friday, 03-May-2024 21:27:52 -03

    Lava Jato

    Nunca ouvi menção a atuação de filho de FHC na Petrobras, diz Reichstul

    DE SÃO PAULO

    03/06/2016 18h38 - Atualizado às 02h37

    Em carta enviada à Folha, o ex-presidente da Petrobras Philippe Reichstul rebateu informações de uma delação da Operação Lava Jato e disse que nunca ouviu "qualquer menção" sobre o envolvimento de Paulo Henrique Cardoso, filho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em negócios com a estatal.

    "Durante minha gestão e até ontem jamais ouvira qualquer menção sobre participação ou envolvimento de Paulo Henrique Cardoso em negócios com a Petrobras", escreveu.

    O ex-diretor da estatal Nestor Cerveró havia dito em sua delação premiada que a presidência da Petrobras lhe orientou a fechar um negócio com uma empresa legada a Paulo Henrique. A empresa se chamava PRS Participações.

    Segundo o relato do delator, tornado público nesta quinta (2), o caso ocorreu entre os anos de 1999 e 2000, quando Cerveró era subordinado ao ex-senador Delcídio do Amaral na diretoria de Gás e Energia da estatal.

    Cerveró disse ainda que, nesse negócio, recebeu propina de US$ 300 mil da empresa NRG, que fazia parte da termoelétrica do Rio de Janeiro (Termorio). Ele não explicou o motivo do pagamento de propina nem a relação com o filho de FHC. O ex-diretor da Petrobras afirmou ainda que chegou a ser procurado pelo lobista Fernando Soares, que representava uma empresa espanhola interessada em se associar à Petrobras na Termorio.

    De acordo com Reichstul, para que a Petrobras aprovasse uma parceria, ela tinha passar pelo crivo de um "Comitê de Investimentos" e seguir para apreciação da diretoria da estatal.

    "A forma descrita por Nestor Cerveró sobre a aprovação de parcerias na Petrobras não corresponde ao rigoroso processo de análise e aprovação de investimentos que instituímos através de um Comitê de Investimentos composto por gerentes executivos da empresa; somente os projetos aprovados nesse Comitê eram então apreciados em reunião de diretoria", afirmou.

    Reichstul também disse que a escolha de parceiros era pautada pelos interesses da Petrobras.

    Paulo Henrique Cardoso disse na quinta que não tem nenhuma relação com o fatos descritos.

    Fernando Henrique Cardoso também negou o relato de Cerveró. "Notícias veiculadas pela mídia a propósito de delação do senhor Nestor Cerveró sobre o governo FHC não têm qualquer fundamento", afirma nota publicada no Facebook.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024