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    Deputado apresenta relatório paralelo para salvar Cunha da cassação

    AGUIRRE TALENTO
    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    07/06/2016 13h32

    Andre Borges/Folhapress
    O deputado João Carlos Bacelar Filho (PR-BA), durante sessão do Conselho de Ética da Câmara
    O deputado João Carlos Bacelar Filho (PR-BA), durante sessão do Conselho de Ética da Câmara

    Durante a sessão para votar o relatório que pede a cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) nesta terça-feira (7), o deputado João Carlos Bacelar (PR-BA) apresentou um voto em paralelo com o objetivo de salvar o mandato de Cunha.

    Nele, Bacelar afirma que não ficou comprovada a existência de contas no exterior titularizadas por Cunha e vota pela suspensão por três meses do mandato de Cunha –em vez da cassação, proposta pelo relator Marcos Rogério (DEM-RO).

    A iniciativa, costurada pela tropa de choque pró-Cunha, provocou protestos na sessão do Conselho de Ética. O deputado Julio Delgado (PSB-MG) afirmou que o voto não pode ser apreciado. O presidente do conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), disse que o relatório de Bacelar vai ser recebido, mas que não será votado.

    Bacelar é aliado próximo a Cunha e inclusive foi beneficiado com a relatoria da CPI do Carf, um dos postos de destaque neste ano legislativo.

    "A colheita de prova testemunhal de ambas as partes apontou num único sentido: a ausência de contas titularizada pelo representado [Cunha] no exterior", afirmou o deputado, ao ler parte de seu relatório paralelo.

    No relatório que pede a cassação, Cunha é acusado de ter mentido aos seus pares por dizer à CPI da Petrobras que não tinha contas no exterior e, posteriormente, serem descobertas quatro contas no exterior ligadas a ele e sua família.

    A defesa de Cunha argumenta que ele não era o titular das contas, que estavam em nome de trusts, institutos usados para administrar o patrimônio de terceiros. Diz, portanto, que ele não mentiu.

    O conselho está reunido nesta terça para votar o relatório de Marcos Rogério, que pede a cassação. Caso rejeitado, aliados de Cunha devem tentar articular a aprovação do relatório de Bacelar, com uma punição branda.

    Se aprovado no conselho, o relatório de Marcos Rogério ainda tem que ser votado no plenário da Câmara, para que seja concretizada a cassação.

    Cunha está afastado do mandato por decisão do Supremo Tribunal Federal sob acusação de interferir nas investigações contra si, principalmente no Conselho de Ética.

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