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    Sem acesso ao shopping Iguatemi, grupo picha escritório de Temer

    PAULA REVERBEL
    DE SÃO PAULO

    07/06/2016 18h58 - Atualizado às 20h32

    Manifestantes da Frente Povo Sem Medo, união de movimentos sociais de esquerda e centrais sindicais, picharam a entrada do prédio comercial em que fica um dos escritórios do presidente interino, Michel Temer, em São Paulo.

    Uma manifestante foi detida pela pichação e levada ao 15º DP, na rua Dr. Renato Paes de Barros, na zona oeste. Nunah Alle é integrante da JSOL, um grupo com membros da juventude do PSOL.

    Houve um princípio de tumulto entre manifestantes e policiais militares quando as pichações começaram. Uma tropa de choque chegou ao local do protesto cerca de dez minutos após a confusão.

    Depois da prisão, a coordenação do protesto deslocou o ato para a delegacia. Alle foi acusada de crime ambiental e transferida para outra delegacia.

    O escritório foi escolhido pelos manifestantes por estar no nome de Michelzinho, filho de Temer. Aos sete anos, o menino é dono de ao menos dois imóveis no prédio do Itaim com valores que superam R$ 2 milhões –informação divulgada pelo jornal "O Estado de S. Paulo" e confirmada pela assessoria do presidente interino.

    A Frente Povo Sem Medo acusa o presidente de usar o filho para ocultar patrimônio.

    IGUATEMI

    O grupo havia marcado o ato anti-Temer no shopping Iguatemi, mas encontrou as portas fechadas.

    Com o acesso negado, as cerca de cem pessoas que pretendiam fazer o "rolezinho sem Temer" optaram por fazer uma passeata pelo Itaim Bibi, bairro próximo ao shopping. Antes, elas andaram pela avenida Faria Lima e pela rua Jerônimo da Veiga.

    O protesto estava marcado para as 17h, mas os primeiros manifestantes a chegar já encontraram as portas fechadas. As três entradas principais do Iguatemi, na avenida Faria Lima, estavam isoladas por dez seguranças, duas viaturas de segurança particular e dez policiais militares.

    A Frente Povo Sem Medo acusou o shopping de racismo ao reclamar da falta de acesso. O shopping informou que "segue operando com acesso aos clientes através da entrada lateral pela rua Angelina Maffei Vita".

    De acordo com Alle, que falou com a Folha antes de ser detida, a opção pelo rolezinho foi para combater "a negação de acesso ao espaço de consumo às classes mais baixas". A escolha do Iguatemi se deveu ao fato de o shopping ser "um dos maiores símbolos da elite de São Paulo", ainda segundo Alle.

    Ao ter o acesso negado, a manifestante argumentou com os seguranças, sem sucesso, que os shoppings "são historicamente locais de aglomeração de pessoas".

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