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    operação lava jato

    Empresa acusada de repassar propina a Edison Lobão só tem sede virtual

    REYNALDO TUROLLO JR.
    DE SÃO PAULO

    11/06/2016 02h00

    Reynaldo Turollo Jr./Folhapress
    Fachada do escritorio que hospeda a sede da empresa AP Energy Engenharia e Montagem, no centro de Santana de Parnaíba (Grande SP) Foto: Reynaldo Turollo Jr./Folhapress ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Fachada do escritório que hospeda a AP Energy Engenharia e Montagem, em Santana de Parnaí­ba

    A empresa acusada por um delator da Lava Jato de intermediar um repasse de propina de R$ 2 milhões da Camargo Corrêa para o senador Edison Lobão (PMDB-MA) está oficialmente sediada num pequeno escritório que hospeda várias firmas em Santana de Parnaíba (Grande SP).

    A AP Energy Engenharia e Montagem Ltda. foi citada por um dos executivos da Camargo que fez acordo de delação premiada, Luiz Carlos Martins, como revelou a Folha nesta sexta (10).

    Segundo o depoimento de Martins, os pagamentos foram realizados entre 2011 e 2012 e referiam-se à construção da usina de Belo Monte, no Pará. À época, Lobão era ministro de Minas e Energia.

    O escritório virtual que hospeda a AP Energy em Santana de Parnaíba, chamado Lokal Assessoria, é usado por várias empresas interessadas nos benefícios fiscais concedidos pela prefeitura da cidade. Essas firmas pagam à Lokal uma mensalidade. A AP está registrada ali desde 2011.

    Em seu cadastro no escritório virtual, a AP Energy deixou registrados o endereço onde supostamente a empresa opera e as informações sobre seu contador.

    No endereço —avenida Brigadeiro Faria Lima, 2.128, conjunto 1202, em São Paulo— funciona o Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil (Sincep).

    Já o contador, Benedito Iba de Oliveira, recusou-se a fornecer informações sobre a empresa. Disse que não sabe onde ela funciona nem quantos funcionários tem. Em seguida, desligou o telefone.

    O objeto social da AP Energy é a execução de obras de construção civil, reformas e reparos em imóveis e serviços de engenharia, paisagismo e urbanismo, entre outros.

    Martins, o delator da Lava Jato, citou os nomes dos donos da AP Energy como participantes do esquema. A empresa teria emitido notas de R$ 1,22 milhão e R$ 1,26 milhão por serviços que nunca existiram. A comissão dos donos teria sido de R$ 583 mil para intermediar a propina.

    OUTRO LADO

    Fernando Mendes Brito, que figurou como sócio da AP Energy de 2011 a 2014, não foi localizado nesta sexta. No dia anterior, ele havia dito que não se lembrava dos pagamentos da Camargo Corrêa.

    Marcelo Martinelli Szanto, que ainda é dono da firma, conforme o registro da Junta Comercial, está morando na Itália –segundo afirmou um familiar dele, que desconhecia a existência da empresa.

    O advogado de Lobão, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que o senador não conhece os donos da AP Energy, o que "já demonstra a completa mentira e irresponsabilidade da delação" de Martins.

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