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    Movimentos fazem atos contra Temer em diversas capitais do país

    DE SÃO PAULO
    DE BRASÍLIA
    DO RIO
    DA AGÊNCIA FOLHA

    10/06/2016 22h18 - Atualizado às 22h37

    Protestos contra o presidente interino Michel Temer (PMDB) tomaram as ruas das principais capitais do país nesta sexta-feira (10).

    Organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que incluem movimentos de esquerda como a CUT, o MST e o MTST, os atos aconteceram em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Fortaleza, Porto Alegre, Salvador, Belo Horizonte e Recife, entre outras capitais. No total, 34 cidades receberam manifestações. É o primeiro ato unificado das Frentes desde a posse de Temer, em 12 de maio.

    Apesar do frio, em São Paulo cerca de 100 mil manifestantes, segundo os organizadores, se reuniram na avenida Paulista, em frente ao Masp, para protestar contra o governo do interino, com palavras de ordem como "fora Temer" e "volta, querida" –este, referência ao "tchau, querida" usado por opositores de Dilma Rousseff nas manifestações pró-impeachment do começo do ano. A PM não fez estimativa de público.

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou em um carro de som. Lula reeditou o ataque ao Congresso feito há 22 anos, chamando deputados de "picaretas".

    O ex-presidente afirmou também que não poderia pedir "Fora, Temer" pois "não ficaria bem". E emendou: "Temer, você é um advogado constitucionalista, você sabe que não agiu correto."

    Em seguida, o ex-presidente pediu a volta de Dilma Rousseff, sob gritos do público de "Volta, querida", e criticou a divulgação de grampos de suas conversas com aliados.

    "Eu não perdoo a atitude de vazamento ilícito de conversas minhas de telefone. Aquilo teve o objetivo de execrar minha imagem para que eu não seja presidente. Quanto mais eles provocarem, mais eu corro o risco de ser candidato", afirmou Lula pouco antes de encerrar sua fala.

    Próximo ao local do protesto, policiais do batalhão de choque protegiam o prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), entidade que se posicionou favoravelmente ao impeachment de Dilma.

    Em Brasília, os manifestantes projetaram os dizeres "não ao golpe" na fachada do Museu da República.

    Já no Rio de Janeiro, os organizadores estimaram a presença de 20 mil pessoas no ato, que ocupou a avenida Rio Branco, indo em direção à Cinelândia, no centro da cidade, onde estão previstas atividades culturais.

    Os manifestantes entoavam gritos como "golpe nunca mais" e "nenhum direito a menos", e carregavam cartazes contra a fusão dos ministérios da Ciência e Tecnologia e das Comunicações.
    confusão

    Em Fortaleza, um princípio de confusão aconteceu por volta das 18h20 quando um homem cruzou o ato ofendendo os manifestantes. Após breve bate-boca, a Folha presenciou o momento em que um homem agrediu duas manifestantes. A PM não estava presente e ninguém foi detido.

    Em Salvador, cerca de 10 mil pessoas fizeram ato ao som de um grupo de percussão. Os manifestantes andaram por cerca de dois quilômetros até a praça Castro Alves, onde permaneceram após o final do ato para o show de uma banda de forró em um trio elétrico.

    Em Natal, um grupo de mulheres entre os manifestantes usou o ato para gritar também contra a violência contra a mulher e o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ): "Sou feminista e não me calo, eu grito fora, fora, fora Bolsonaro".

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